Cinema em Foco: Original vs Versão: SETE HOMENS E UM DESTINO - 1960 / 2016


Aqueles que são jovens há mais tempo (como eu) e que também são cinéfilos doentes (como eu), sabem que ‘Sete Homens e Um Destino’ é um clássico! Um ‘cult’! E com certeza, sabem que se baseia em outro clássico/cult oriental “Os Sete Samurais”......

Quando se anunciou recentemente sua refilmagem muitos ficaram ansiosos (o que também me incluiu), mas quando fiquei sabendo que o diretor seria Antoine Fuqua o desanimo me pegou. Fiquei sabendo também que Denzel Washington seria o protagonista no papel que foi de Yul Brynner, e fiquei ainda mais desanimado. 




Não que tenha alguma coisa contra Denzel, pelo contrário, mas colocar um personagem negro no oeste é meio que forçar a barra. Os negros sofrem problemas de aceitação nos EUA até hoje, ai você coloca um em pleno oeste onde ninguém tolerava orientais, índios, mexicanos e muito menos negros (!) e quer que aceitemos como normal? Lógico que muitos poderão entender mal o que acabei de dizer, mas é totalmente fora da realidade!!

Mas o assunto da matéria não é este. Na verdade queria apenas fazer uma comparação entre as duas versões e tentar mostrar o quanto se perde ao se tentar ‘atualizar’ um clássico. 



Original vs Versão...



No original, assim como na nova versão e no filme que deu origem (Os Sete Samurais), a história gira em torno de uma pequena cidade assolada por um homem ganancioso e rico, e que possui um exército de foras da lei e mercenários a seu dispor. 

No original era o bandido Calvera (Eli Wallach) e no atual é o ganancioso Bartholomeu (Peter Sargaard, repetindo papel de vilão com os mesmos trejeitos de ‘trocentos’ filmes anteriores). 




Enquanto no original Calvera explorava a pequena aldeia para manter seus homens (roubando seus mantimentos e toda riqueza que encontrava – e que não era muita) na nova versão Bartholomeu esta atrás de terras, riquezas e.....um lugar na história!



Bem, diante de tal situação os moradores do vilarejo resolveram mandar representantes até a fronteira para tentar contratar pistoleiros que os defendessem (correndo ai perigo de trocar uma exploração por outra). 




Na fronteira eles encontram Chris (Yul Brynner) e Vin (Steve MacQueen) dois pistoleiros desempregados e que além de estarem cansados de sua situação, também desejavam um lugar onde eles pudessem ficar sem que atraíssem o medo de seus habitantes. Diante da explicação e do pedido dos 3 representantes da cidade Chris e Vin aceitam a proposta e resolvem arregimentar mais cinco pistoleiros para ajuda-los.

Cada um deles por motivos diferentes aceitam a proposta. Durante o filme percebe-se que os sete apenas queriam um lugar onde pudessem morrer e serem enterrados. Também ocorre dos sete começarem a simpatizar com as pessoas e a desejarem livra-los de seu julgo.

Na nova versão acontece basicamente o mesmo, porém Fuqua tenta inovar. E muda motivações não só dos vilões, mas também dos sete, e transformar o filme num desfile de clichês que afetam, não só as ações, mas também os diálogos.


A forma como Chisolm (Denzel) vai encontrando os membros do grupo é extremamente forçada e irreal. A apresentação de Josh (Chris Pratt) é longa e irrealista. Mas as mais ridículas são a de Jack Home, o caipira (Vincent D’Onofrio) e a do índio Red Harvest(Marty Sensmeier)....E uma 'surpresinha' final: há uma ligação entre Chisolm e Bartholomeu.

Enquanto no original, o filme apresenta apenas dois tiroteios para melhor conhecermos os personagens, Fuqua decidiu que cada um dos que aparecesse demonstrasse suas ‘habilidades’ de matadores (exceto o índio, que passou boa parte do tempo se escondendo...).

Enquanto no original, o que víamos era uma pequena variação de ‘Os Sete Samurais', a nova versão nos trás uma série de cenas de outros faroestes mais ‘atualizados’. Assim temos cenas ‘inspiradas’ em SILVERADO, MEU NOME É NINGUEM, A MARCA DA FORCA, JOSEY WELLES, MEU ODIO SERA SUA HERANÇA, e outros.

Enfim, o filme de 1960 é um clássico, um filme inesquecível. A nova versão é apenas um filme moderno se utilizando do nome e da fama de um filme cultuado. Fuqua esta se especializando em pegar franquias do passado e traze-las ‘atualizadas’ para a nova geração, mas nem sempre de uma forma interessante...

Já fez isto com “O Protetor” (também com Denzel. Começa bem, mas se perde do meio para frente) e com “Rei Arthur". Particularmente não gosto de seu estilo, não se pode substituir roteiro por cenas de ação continua.......ou pode, já que provavelmente muitos que por acaso lerem este matéria discordarão totalmente. Pois muitos acharam esta versão ‘fantástica’... Bem, eu já vi filmes demais: bons, ruins, mais ou menos, chatíssimos e incompreensíveis, por isto me tornei um pouco mais exigente.......

Formando opinião...

Mas, você pode formar sua própria opinião sobre qual é a melhor versão ou qual delas falha de alguma forma...Estamos mandando links para que possa assistir às duas versões. Assim, sente-se, concentre-se, antes claro pegue a pipoca e o refrigerante...







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