HQ | Hulk e Coisa - Golpes Sujos
Desenhos: Jae Lee
Li em algum lugar certa vez que "A morte é a única profissional que não brinca em serviço", sem querer ser chato, mas já sendo, isso a cada dia me parece ser uma verdade. Eu imagino que quando se é um roteirista, seja de quadrinhos ou cinema, principalmente de quadrinhos, o profissional tenha uma série de três tipos de histórias rabiscadas:
- Algumas que ele pode adaptar para um outro personagem (um conceito volúvel).
- Ideias que ele já tenha para determinados personagens;
- Reunir o que o personagem possui para fazer uma história sem nada demais.
Nem se pergunte como ou porquê, apenas tenha em mente que a história começa com o Coisa indo ver Bruce Banner em um bar no meio de um deserto, para uma conversa “entre amigos monstros”, sobre quem é o mais forte, além de trazer revelações sobre os “bastidores” do primeiro combate entre ambos, que ocorreu em uma das primeiras edições do Quarteto Fantástico, acho que a #6 ou #7, lá pelos distantes anos 60... Serve mais pela nostalgia, principalmente se você é um leitor como eu, que gosta de ouvir menções sobre histórias que quase ninguém leu (pelo menos nos dias de hoje, com essa geração cineminha pipocão Marvel Studios), como a história #5 do Quarteto, onde eles encontram o Doutor Destino pela primeira vez e ele os manda para o passado, onde eles se disfarçam de piratas para pegar um tesouro do Barba Negra... Jeph Loeb também referenciou essa história no temido Homem de Ferro de “Heróis Renascem” nos anos 90...
Mas o ponto é: O que mais isso tem? Resposta: Nada. O que deveria ser um acerto de contas termina em um tímido empate, se Bruce Jones quis, pretensiosamente, fazer um conto com dois dos maiores lutadores pesos pesados do universo Marvel, sem recorrer a uma luta intensa, e sim a um duelo verbal, que fizesse algo memorável, com lições... A única que eu aprendi foi a de um profissional recebendo uma boa grana para trabalhar com um excelente artista e fazer algo regular sem sentir remorso. O que será que aconteceu com os perfeccionistas por qualidade como o Alan Moore e Frank Miller nos anos 80?
Nota: 4.4