O dia em que Superman foi contaminado por um fungo de Kripton
Atendendo a sugestões, decidi escrever a respeito da história em que o Superman foi contaminado por um fungo alienígena (sim, isso mesmo) e teve a vida salva providencialmente pelo Monstro do Pântano. Essa história foi escrita pelo grande Alan Moore e ilustrada pelo célebre Rick Veitch, dupla famosa pela parceria criativa na revista do Monstro do Pântano, e publicada em DC Presents no 85, em 1985, intitulada A Linha da Selva.
A história inicia-se com Clark Kent dirigindo pela rodovia, visivelmente febril e debilitado. Mas o que poderia ter deixado o Homem de Aço desse jeito? Em flashback, ele se recorda de estar cobrindo o anúncio do achado de um meteorito pelo doutor Everett no Instituto de Estudos Extraterrestres de Metrópolis, ao lado de Lana Lang. Sim, essa história é do pré-Crise, e Lana chegou a ser jornalista nessa época e colega de Clark na TV Galáxia. Clark fica abalado ao descobrir que o fungo que está incrustado no meteorito é proveniente de Krypton.
Já não se sentindo muito bem, Clark vasculha com sua supermemória (outro de seus superpoderes das Eras de Prata e Bronze) informações sobre o fungo conhecido como Bolor Sanguíneo. Infelizmente, tal fungo era letal para kriptonianos, pois provocava males como febre, acessos de invalidez, alucinações, estafa crônica e, por fim, morte.
No dia seguinte à entrevista, Clark percebe que seus superpoderes começam a falhar. Primeiro a invulnerabilidade, depois a superaudição e, por fim, o voo. Clark volta assustado de metrô para casa, por precaução. Em seguida, é sua superaudição que volta descontrolada. Com seus superpoderes oscilantes, Superman pede o meteorito emprestado para o doutor Everett, a fim de sondá-lo com sua visão microscópica. O Homem de Aço enfim se dá conta de que provavelmente morreria.
Comprando um carro usado, Clark dirige para um lugar onde poderia morrer sozinho. Não poderia ser a Fortaleza da Solidão, pois lá seria muito distante e voar até lá não seria uma possibilidade. E nem dirigir para outras cidades onde habitavam outros heróis. Assim, ele decide ir para o sul dos EUA, porém, como estava muito debilitado, acaba por sucumbir à enfermidade e bater o carro no pântano da Lousiania, onde também morava nosso conhecido elemental, o Monstro do Pântano. E não é outro além do próprio Monstro do Pântano quem encontra Clark desfalecido e que fica muito intrigado com isso.
Ao despertar, o Homem de Aço percebe que está completamente recuperado da enfermidade do fungo, e ele pensa que conseguiu sobrepujar a enfermidade completamente sozinho, o que não é verdade, mas o Monstro do Pântano não quer notoriedade e assiste sorrindo o Superman alçar voo.
Vale dizer que o Superman nessa história é o do pré-Crise, que na verdade se enxergava mais como kriptoniano que humano, e talvez fosse uma versão mais orgulhosa que a do pós-Crise. Quando de sua reformulação nas mãos de John Byrne, o Homem de Aço passou por uma humanização, podemos até dizer uma “marvelização”, apesar de que a “marvelização” do Superman estava acontecendo já há alguns anos. O final, com o Superman voando e o Monstro do Pântano sorrindo, ao meu ver é uma homenagem de Alan Moore ao Homem de Aço, visto que ele já declarou várias vezes que o Superman era seu herói preferido na infância, tanto que Moore escreveu O Que Aconteceu ao Homem de Aço?, que é a última história do Superman do pré-Crise, exatamente o dessa história. Está certo que Moore nos últimos anos andou fazendo declarações falando mal dos quadrinhos de super-heróis e de seus leitores, mas creio que compreendi o que ele quis dizer. Estamos em uma época em que há uma infantilização do adulto, visto que a cultura nerd/geek se tornou mais mainstream. Então, realmente, há muitos adultos bobões por aí; isso não dá para negar. No entanto, é evidente que Moore é ou foi em algum momento de sua vida um grande fã do Superman. Supremo, escrito por ele, é uma grande homenagem ao Homem de Aço.
Particularmente, acho essa história um
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