Review | MULHER-MARAVILHA (1975) - episódio-piloto

 


A Mulher-Maravilha foi uma das primeiras super-heroínas da TV americana. Apesar da fama nos quadrinhos, a personagem teve uma única série live-action produzida até o momento. A qual obteve imenso sucesso junto ao público infanto-juvenil da época. O seriado porém teve início com um longa piloto ("The New Original Wonder Woman") baseado na primeira história da personagem, passada durante a II Guerra Mundial, mostrando suas origens na Ilha Paraíso, localizada no centro do "Triângulo das Bermudas" e habitada pelas amazonas por milênios. De lá vem a linda super-heroína e suas aventuras. Neste post, nosso amigo Olavo revisita este longa e nos trás sua mais sincera opinião. Não fique de fora e venha conferir esta atraente resenha, recheada de muitas curiosidades e da mais pura sinceridade que só um Nerd raiz pode nos dar. Boa Leitura!


Como acredito que a maioria saiba, é graças à série clássica da Mulher-Maravilha de 1975, com Lynda Carter, que a heroína ficou conhecida entre o povão. Havia a versão dos Superamigos, mas nem todo mundo assiste a desenhos. Vou ser sincero; a série da Mulher-Maravilha dos anos 70 envelheceu mal. Na realidade, ela envelheceu pior que a série do Batman da década de 60, com Adam West, que é de dez anos antes. Também diziam que o seriado da personagem era "sério", mas, por esse episódio-piloto, a gente já vê que não é. Na verdade, em questão de galhofa, não fica nada a dever para a série do Batman, nem um pouco. Os produtores quiseram ambientar a série da Mulher-Maravilha nos anos 40, para fazer referência à Era de Ouro. No entanto, a partir da segunda temporada, as histórias passaram a situar-se na atualidade (que na época eram os anos 70), pois reconstituir os cenários dos anos 40 ficava muito caro para uma série de TV. 


O plot do episódio-piloto é que um oficial nazista chamado Von Blasko, vivido por Kenneth Mars, incube um aviador de bombardear uma fábrica de munições da Marinha americana do Brooklyn. Para que não vaze o conteúdo da missão, Von Blasko e o piloto estão conversando em inglês, mas não sabem que na base nazista há um tiozinho que está escutando a conversa é que na realidade é um espião norte-americano. E ele avisa o serviço de inteligência dos EUA enviando pombos-correios e fazendo o sinal de vitória. Que eficiência, não?

No Pentágono, o general responsável encarrega Steve Trevor, interpretado por Lyle Waggoner, de interceptar e abater o aviador nazista. Essa versão do personagem é a de um bon vivant, que inclusive está tendo um caso com Marcia, a secretária, cujo papel é feito por Stella Stevens. Mas se até hoje em dia não faltam casos de patrão de rolo com a secretária, imagina dos anos 40, em que tudo era mais politicamente incorreto. 


O problema é que a Marcia é na verdade uma espiã nazista e avisa da missão para Von Blasko. Sabendo que Steve Trevor está na sua cola, o aviador nazista entre em combate aéreo com o militar americano. A cena é muito tosca, pois enfiam umas batalhas de combate aéreo reais, em preto e branco, e depois cortam para mostrar as caretas de Steve Trevor e do aviador nazista.


Então, ambos os aviões são abatidos, e tanto Steve quanto o piloto nazista conseguem escapar de paraquedas. No entanto, o nazista consegue atirar em Steve e depois cai na água e é devorado por tubarões. Steve acaba caindo na Ilha Paraíso, e por lá estava Diana e uma amiga amazona ruiva correndo de baby doll descalças e felizes, quando avistam Steve. Sim, elas não estavam usando trajes de amazonas; estavam de baby doll mesmo. Intrigada por ser o primeiro homem que viu na vida, Diana leva Steve para Themyscira, apesar de a ilha não ser chamada por esse nome nenhuma vez no episódio. A mãe da Diana, a rainha Hipólita, interpretada por Cloris Leachman, fica contrariada com a presença de Steve na ilha, pois isso poderia ameaçar seu modo de vida. E, que eu me lembre, acho que a rainha não é chamada de Hipólita nenhuma vez no episódio também. Basicamente, no episódio, a rainha só fica tocando uma harpa gigante o tempo todo, e Cloris Leachman já era uma atriz de meia idade na época; ela não tem a juventude da personagem nos quadrinhos. Diana quer servir de enfermeira para Steve, e, a contragosto, a rainha permite. O militar, apesar de estar vendado, alerta Diana e as amazonas sobre a ameaça nazista.



Hipólita resolve mandar Steve de volta ao mundo dos homens escoltada por uma amazona, e, para isso, resolve promover uma Olimpíada. Diana quer participar, mas a rainha recusa-se a permitir. Claro que Diana participa do torneio, disfarçada e de peruca loira. Tem prova de salto, levantar pedra de isopor etc. Parece um monte de coelhinhas da Playboy competindo. Ao final, é a prova de rebater tiros com o bracelete, e Diana passa com louvor. Então, a jovem revela-se para Hipólita, que acaba concordando que ela escolte Steve para os EUA.

Em sua fase da Mulher-Maravilha nos quadrinhos, George Perez adaptou essa Olimpíadas das amazonas na origem da Mulher-Maravilha pós-Crise, mas de forma bem menos tosca, claro. A sequência a seguir é muito fiel à primeira história da personagem, publicada em Sensation Comics no 1. A Mulher-Maravilha está levando Steve Trevor desfalecido em seu Avião Invisível, e ele acha que ela é um anjo. Diana deixa Steve no hospital e vai embora, dizendo que volta quando ele tiver alta. Nos quadrinhos, ela fita uma loja de vestidos e os acha bonitos. Na episódio, a dona da loja faz a Mulher-Maravilha entrar e tenta vender um vestido para ela. Diana sai com o vestido, e a vendedora a expulsa da loja, dizendo que não cairia nesse golpe. Assim, Diana fica sabendo da importância do dinheiro no mundo dos homens.


O resto da sequência é praticamente idêntico à primeira HQ da Mulher-Maravilha. Aparecem uns bandidos assaltando um banco; a heroína então os enfrenta e os deixa com a polícia e parte sem querer preencher relatório. Há um tiozinho de carro que está vendo tudo e convida Diana a entrar no show business, fazendo o truque de parar balas com os braceletes. Como precisa de dinheiro para viver no mundo dos homens, ela aceita. Na apresentação, ele rebate vários tiros de algumas pessoas da plateia, mas Marcia está no evento e convence uma velhinha que está com uma metralhadora na bolsa a atirar na Mulher-Maravilha. No entanto, a heroína repele todas as balas. Mais tarde, Diana lê no jornal que Steve Trevor teve alta, e diz para o tiozinho empresário que não quer mais saber de show business. Ele na verdade é também um agente nazista e tenta acertar a heroína pelas costas, mas acaba levando uma surra.

A Mulher-Maravilha chega ao hospital disfarçada de enfermeira, e a chefe das enfermeiras diz que Steve já se mandou de lá. O militar é dedurado por Marcia, e em seguida é emboscado pelo tiozinho e por outros espiões nazistas. Apesar de lutar com eles, Steve Trevor acaba abatido. Ele é lavado vendado para o apartamento da Marcia, e lá aplicam um soro da verdade nele. Querem saber sobre o tal Projeto Noren. Apelando para o patriotismo de Steve, Marcia descobre a combinação do cofre onde estão guardados os planos. Quando ela estava enfim com os planos em mãos, a Mulher-Maravilha a surpreende. Sabendo que é inútil atirar na heroína, pois os braceletes rebatem todas as balas, Marcia tenta partir para cima de Diana no braço, mas leva uma senhora surra. A heroína a prende com o laço da verdade, e ela confessa que Von Blasko está chegando para bombardear a fábrica de munições e que também há um submarino nazista nas proximidades.

Diana então com seu Avião Invisível surpreende Von Blasko, aborda o avião do nazista e dá uma surra nele. E ainda joga o avião de Von Blasko em cima do submarino nazista, o explodindo. Até a versão galhofa da Mulher-Maravilha não tem frescura para matar, quando necessário. Depois de tudo, Steve Trevor está injuriado por causa da traição de Marcia e diz que não quer mais saber de ter secretária bonita. Mas o general fala que já escolheu uma secretária para ele, e é Diana Price, a identidade secreta da Mulher-Maravilha. Apesar de ser meio tosquinho, esse episódio-piloto da série da Mulher-Maravilha diverte, mas é bem datado para a molecada de hoje em dia. E é bem galhofa também. Os espiões nazistas são extremamente incompetentes. Não é à toa que a Alemanha perdeu a guerra. O roteiro é qualquer coisa também; ainda bem que havia o carisma da Lynda Carter para segurar. Não há muita coisa melhor no episódio. Nota 6 de 10.


Links...

Mulher Maravilha (piloto/1975)


Mulher Maravilha; A Baronesa (primeiro episodio/primeira temporada)

As Novas Aventuras da Mulher Maravilha (piloto de origem da segunda temporada em outro canal )

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