Falando em Série: CONTROLE REMOTO (SEARCH) - 1972

"Há muitos anos. Numa galáxia distante. Havia um canal chamado: Globo. Não igual ao que existe hoje, cuja grade de programação é repleta de 'produções próprias' (leia-se: novelas). Era um canal ao qual os seriados podiam chamar de "lar'. As séries eram exibidas em horário nobre! E esta postagem, fala de uma delas..."

Sim, a Rede Globo por ainda não dominar o mercado de TV (e procurando este domínio), tinha em sua programação vários seriados que eram exibidos em horário nobre. Um destes horários era o das 22:00hs (o que dificultava um pouco ser assistido porque no passado,  pasmem!, tínhamos horário para dormir!!!). 

Nestes horários, muitos tiveram a oportunidade de assistir a grandes seriados, embora muitos destes não ultrapassassem uma temporada (coisa comum na época). 

Hoje, falaremos de: CONTROLE REMOTO, série americana cujo nome em inglês era SEARCH...

CONTROLE REMOTO - a série...

Na década de 70, a TV começou a enfrentar uma certa dificuldade em lançar novos seriados que interessassem ao público. Alguns gêneros já estavam esgotados e os diferentes programas tinham roteiros cada vez mais parecidos. Foi quando alguém achou interessante misturar dois gêneros que tinham assistência cativa: o estilo policial e a ficção científica!

Assim em 11 de fevereiro de 1972, foi lançado um filme piloto para uma série chamado: PROBE (Sonda). O telefilme abordava uma organização chamada "World Securities  Corporation" (Segurança Corporativa Mundial), que era uma empresa de alta tecnologia operando no ramo de investigações internacionais. Para suas investigações a World Securities contava com alguns agentes, chamados de 'sonda' (dai a origem do titulo)...

O piloto da série se concentrou em um destes agentes: Hugh Lockwood (Hugh O'Brian), cuja missão na Europa era descobrir o destino de joias roubadas (diamantes). 

O diferencial do filme, que depois se tornou série, eram os artefatos tecnológicos que os agentes (sondas) levavam consigo. Entre eles uma câmera (ultra moderna e futurística, na época) que os agentes levavam em um pingente preso a um cordão no pescoço. Desta forma tudo que acontecia, a evolução do caso, as descobertas, eram compartilhadas de imediato com o centro de controle, onde apareciam em um telão...

No centro de controle estava o diretor de operações V C Cameron e sua equipe, que incluía um especialista em várias línguas, capaz de traduzi-las simultaneamente. Também havia uma especialista em telemetria médica (as micro câmeras também faziam telemetria o que possibilitava saber se o agente estava em segurança física...). Um detalhe: as micro câmeras podiam ser anexadas a outras joias, como um anel por exemplo...

O destaque aqui é o ator especialmente convidado Burgess Meredith, como V C Cameron!

Outros aparatos 'super modernos' eram fones implantados nos ouvidos e rádios transmissores nos dentes (!), que possibilitavam comunicação caso ficassem sem a micro câmera (faz tudo!), porém apenas para respostas simples (uma batida para sim. Duas para não...). 

Outros membros da equipe de agentes sondas....

Além do agente Hugh Lockwood, também chamado 'sonda 1' (probe one) ou 'operativo lider', a equipe era formada por: 

Nick Bianco, chefe da divisão ômega, cuja especialidade eram casos do crime organizado. O ator canastrão convidado para o papel era Tony Franciosa. 

O terceiro membro era C R Grover, agente sonda de espera...Era o cara que ficava 'no banco' e era acionado em casos de emergência. Este personagem tinha como ator canastrão convidado Doug McClure. E só para variar era o agente que eu mais gostava e o que menos aparecia! Por que eu gostava se ele era canastrão? Porque ele tinha um 'jeito malandro' de interpretar e eu já havia assistido a alguns filmes de monstros onde ele era o principal...E eu gostava do cara, embora ele tivesse suas limitações! 

Probleminhas...

Bem, o piloto foi um sucesso e agora é só encomendar a série, mas... Este 'mas' esta sempre por aí! O titulo da série seria "PROBE", como o piloto se chamava, mas acontece que já havia uma série com este título!! (E ninguém verificou isto antes!?!?!?)

Saiu-se então em busca de um novo titulo, mas que não se afastasse daquele já aceito pelo público. Como 'probe' significava sonda, sondar, buscar, procurar, se apelou para uma palavra que lembrasse estas coisas: SEARCH, que em inglês significa procurar, pesquisar, sondar....

Outro probleminha, que não chegava a ser grave, era que a central de controle vivia mudando com o passar dos episódios...

Problemão: A AUDIÊNCIA...A série em seu inicio alegava que a tecnologia mostrada nos episódios estavam de 20 a 30 anos à frente de seu tempo, alguns alegam que esta fato fez com que o público não se identificasse com ela. por esta razão a série teve apenas uma temporada, com 23 episódios, além do filme piloto...

Uma pena, pois embora de fato os aparelhos fossem difíceis de aceitar (e agora ultrapassados), a série não era ruim para a época. Enfim, como o produto era americano, quem determinava o fim ou continuação do seriado era o público americano e este é conhecido por não gostar de nada complicado...

No Brasil, a série foi lançada no dia 10 de março de 1973. E, acreditem se quiser, foi exibida na integra e à cores! (A cor chegou a TV em 1972). Era uma quarta-feira e foi no horário de 22:30hs. (Aqui eu tenho um porém: Eu podia jurar que esta série era exibida as segundas-feiras e às 22:00hs. Mas, não consegui confirmar isto, então ponho a informação disponível...).

O piloto, provavelmente foi exibido (como era costume) no sábado à noite. No horário das 21:00hs, no qual supostamente só se exibiam filmes de cinema. Mas, vários pilotos de seriado, como "Kung Fu" por exemplo, foram exibidos neste dia e horário. Mas tinha uma 'pegadinha': se você perdesse, não via mais, porque os miseráveis não repetiam!!! (Pelo menos em um horário acessível...) 

Abertura do filme piloto: PROBE (1972)

Abertura do seriado SEARCH (1972)