In Memorian | SEAN CONNERY (1930-2020)




Em 31 de outubro de 2020, em pleno Halloween, me deparei com a triste notícia do falecimento do grande ator escocês “sir” Thomas Sean Connery, ou simplesmente Sean Connery, como era melhor conhecido, aos 90 anos, uma das grandes lendas de Hollywood que estava até ontem viva. Visto que sou grande fã do ator desde criança, em razão dos filmes de James Bond, o Ozymandias me pediu para escrever um breve obituário, então mãos à obra.





Natural de Edimburgo, capital da Escócia, Sean Connery na verdade era oriundo da classe operária e fez de tudo um pouco da vida, antes de ingressar na profissão de ator. Foi leiteiro, motorista de caminhão e inclusive bodybuilder, até que passou a participar de peças de teatro e enfim de filmes. Deve-se reconhecer que ele sempre foi um cara muito batalhador para conseguir seus objetivos. Um de seus primeiros filmes foi o pueril O Segredo dos Anões Mágicos da Disney, em 1959. Vale também destacar a participação do ator em O Mais Longo dos Dias, de 1962, como membro do destacamento escocês na Segunda Guerra Mundial.


Entretanto, como é bem sabido, a grande oportunidade de Sean Connery foi encarnar o espião mais famoso do mundo, James Bond, na franquia de filmes muito celebrada. Haviam cogitado anteriormente Roger Moore para interpretar o personagem, mas, visto que Moore estava ocupado interpretando o personagem O Santo na série de TV homônima, Connery enfim teve sua chance. Em 1962, era lançado nos cinemas o primeiro filme da série, O Satânico Dr. No. Em uma época em que nem se imaginava que poderia existir internet e não havia fãs chatos, os produtores adaptaram os livros da obra de Ian Fleming do jeito que quiseram, tendo pouca fidelidade com o material original. Tanto que o primeiro livro, Cassino Royale, foi ignorado e adaptaram a partir do sexto, Dr. No.




Vale dizer que o próprio Ian Fleming não ia muito com a cara de Sean Connery, pois considerava o ator arrogante, o que, a bem da verdade, realmente era. Os defeitos de Connery também são bem conhecidos.  No entanto, a personalidade arrogante, cínica e libertina de Sean Connery caiu bem na representação para as telas do espião inglês, tanto que Connery foi alçado à condição de símbolo sexual da época. Mais que isso, ele era um verdadeiro “safadão”, tanto que uma das marcas registradas de seu Bond é dar tapas lascivos nas bundas das moças. A franquia deslanchou mesmo depois de Goldfinger, tanto que se presenciavam filas quilométricas de pessoas querendo assistir 007 contra a Chantagem Atômica, o que incrustou James Bond não só como um símbolo do cinema, mas também da cultura pop. Sean Connery abandonou de vez a franquia após Os Diamantes São Eternos, de 1971. O que não o impediu de retornar em um filme não canônico, Nunca Mais Outra Vez, um remake de 007 contra a Chantagem Atômica, com King Basinger em início de carreira.

A carreira de Sean Connery é longeva e prolífica, mas vale a pena relembrar alguns de seus grandes papéis. Podemos destacar Zed em Zardoz, de 1974; coronel Arbuthnot em Assassinato no Expresso Oriente, também de 1974; Danial Dravot em O Homem Que Queria Ser Rei, de 1975; William Von Baskerville em O Nome da Rosa, de 1986; Ramirez em Highlander - O Guerreiro Imortal, também em 1986; Jim Malone em Os Intocáveis, de 1987; o pai de Indiana Jones em Indiana Jones e a Última Cruzada, de 1989; e John Patrick Mason em A Rocha, de 1996. No final da carreira, ele ainda fez um dueto com Catherine Zeta Jones, em Armadilha, de 1999, mostrando que era um símbolo sexual até aos 70 anos. Sua aposentadoria foi A Liga Extraordinária, uma tenebrosa adaptação da HQ de Alan Moore e Kevin o’Neill e uma bosta de filme, o que é uma forma melancólica de se aposentar, no fim das contas. No entanto, é fato que Connery não era tão criterioso na escolha de seus papéis e, apesar de ter feito filmes excelentes, também participou de umas belas de umas bombas. Após a aposentadoria, Sean Connery tornou-se recluso e quase não aparecia na mídia. Reservado em sua vida pessoal, ele teve um filho, Jason Connery, que, a despeito de não ser um ator de muita expressão, fez vários filmes, inclusive A Vida Secreta de Ian Fleming. Sean Connery também era conhecido por ser um católico tradicional e por defender a independência da Escócia do Reino Unido, tendo até mandado de deputado no parlamento escocês. Porém, em razão da carreira artística, ele raramente dava as caras no parlamento.






                    


                         






Enfim, fica aqui meu reconhecimento a esse grande ator, “sir” e personalidade da cultura pop, que, em sua época, muito provavelmente foi o ator britânico mais conhecido em todo o mundo. R.I.P., Sean Connery.


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