In Memoriam | NICHELLE NICHOLS
Nascida em Robbins, Illinois, em 1932, Nichols desde cedo demonstrou ser uma mulher de muitos talentos, como atriz, cantora e dançarina. Ela se tornou conhecida durante a encenação do musical Kicks and Co., em 1961. Apesar de não ter sido um grande sucesso, as criticas positivas deram evidência à jovem Nichols. Deve-se destacar também a carreira de Nichols como cantora de jazz; ela chegou a fazer parte das bandas de Duke Ellington e Lionel Hampton. Uma amostra de Nichols como cantora pode ser conferida na bela canção Dark Side of the Moon.
Em 1966, Nichols seria escalada para o grande papel de sua vida, a oficial de comunicações da Enterprise Nyota Uhura. Não é de surpreender que Star Trek tivesse uma mulher negra como uma coadjuvante importante na série, visto que Gene Roddenberry era um homem com uma visão mais progressista e até mesmo otimista do mundo. Os anos 60 também foram a década dos direitos civis nos EUA, e alguns atores e atrizes negros começaram a ter papéis mais proeminentes naquele período. No entanto, pelo que sei, creio que apenas Nichols como Uhura e Eartha Kitt como a segunda Mulher-Gato na série do Batman de Adam West foram as atrizes negras que se destacaram naquela época. Para Roddenberry, a Federação seria correspondente a uma ONU intergaláctica que garantiria a integração de todos os povos e raças. Também havia a influência da Guerra Fria ainda vigente na época na série. Os Klingons, por exemplo, equivaleriam aos soviéticos; os romulanos, aos chineses.
Como Uhura, Nichols tão tinha tanto protagonismo como o trio principal de Star Trek, capitão James Kirk, Spock e doutor McCoy, mas ela esteve presente na série desde o primeiro episódio, tendo participações maiores ou menores em todos os episódios. A própria Nichols não se dava tanta importância na série; entretanto, isso mudaria em um encontro com o reverendo Martin Luther King. Em uma conversa com King, Nichols revelou que estava desanimada com o papel de Uhura e estava pensando seriamente em desistir da série e tentar outra empreitada artística; a reação de reverendo foi enfática: ela não deveria desistir do papel de Uhura em razão de ser um exemplo para as mulheres negras. King também disse que seus filhos adoravam o programa.
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