In Memoriam | TIM SALE (1956-2022)


Infelizmente, mais uma vez, venho escrever um obituário. 😢 Dessa vez, quem faleceu foi TIM SALE, um dos mais celebrados artistas da indústria de quadrinhos norte-americana, em 16 de junho, aos 66 anos, de causas não divulgadas. É mais uma daquelas mortes “fora da curva”, como as de Steve Dillon, Darwyn Cooke e Norm Breyfogle, pois ele não tinha uma idade avançada para os padrões atuais.Nascido em Ithaca, Nova York, em 1956, e criado em Seattle, Sale graduou-se na School of Visual Arts. Sempre um entusiasta dos comics, ele iniciou a carreira profissional com a série de HQs MythAdventures. No entanto, só chegou ao “radar” das editoras mainstreams em 1991, quando desenhou a minissérie dos Desafiadores do Desconhecido da DC, em sua primeira colaboração com o roteirista Jeph Loeb.


Não demorou muito, e, em 1992, Tim Sale ficaria a cargo de ilustrar três edições de Batman: Legends of The Dark Knight, os nos 32 a 34, com roteiros de James Robinson. No Brasil, essa história foi publicada como Um Conto de Batman: Lâminas, em que o Cavaleiro das Trevas tem de lidar com um vigilante rival que se caracteriza como um genérico de Zorro. Nessa HQ, perceberam que a arte de Tim Sale, caricatural e meio gótica, caia bem no Batman, e ele voltou a desenhar o herói em Batman: Legends of The Dark Knight Halloween Special em 1993, em uma história escrita por Jeph Loeb em que Batman tem de enfrentar seu tradicional vilão Espantalho, ao mesmo tempo em que se envolve com um interesse amoroso. Seguiram-se a essa HQ mais dois especiais de Halloween, também escritos por Loeb e desenhados por Sale, em que Batman enfrenta o Chapeleiro Louco e também tem uma noite inspirada em Um Conto de Natal de Charles Dickens. Loeb e Sale também trabalharam juntos na minissérie Wolverine e Gambit: Vítimas, para a Marvel Comics.


Enfim Loeb e Sale se juntaram para uma empreitada mais ousada, que foi a maxissérie Batman: O Longo Dia das Bruxas, em 1996, provavelmente o trabalho mais conhecido de Sale e que o tornou notório na indústria de HQs. No enredo, um serial killer conhecido apenas como Assassino dos Feriados passa a aterrorizar Gotham, assassinando alvos específicos, enquanto Batman, comissário Gordon e Harvey Dent se unem para destruir o império do crime de Carmine Falcone. Além de ser considerada uma das melhores histórias do Batman de todos os tempos, O Longo Dia das Bruxas é também provavelmente a melhor origem do Duas Caras e serviu parcialmente de inspiração para o roteiro de O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan.

Em seguida, Loeb e Sale também trabalharam em outra colaboração: Superman: As Quatro Estações, que é basicamente uma “história de origem” complementar à origem do Superman de John Byrne, em que a partida de Clark Kent de Smallville e a chegada do Superman a Metrópolis e narrada por quatro personagens, Martha Kent, Lois Lane, Lex Luhor e Lana Lang.


Como o sucesso de O Longo Dia das Bruxas foi considerável, Loeb e Sale mais uma vez se uniram para fazer Batman: Vitória Sombria, que é uma sequência direta. Embora não seja tão boa quanto sua predecessora, essa HQ também mantém a regularidade de colaboração da dupla. Vitória Sombria ainda rendeu um spin-off, a minissérie Mulher-Gato: Cidade Eterna.

Loeb e Sale em sua colaboração trocaram a DC pela Marvel, e lá realizaram as seguintes HQs: Demolidor: Amarelo, em 2001, que se trata de uma HQ de origem do Homem Sem Medo, em que ele se recorda de seu início de carreira como justiceiro mascarado, ao mesmo tempo que se envolve com sua amada Karen Page e inicia sua amizade com Foggy Nelson. Embora o texto de Loeb seja um tanto piegas em alguns momentos, principalmente no tocante à relação de Matt Murdock com Karen, é sim uma ótima HQ do Demolidor, figurando entre as melhores do personagem.



Do Demolidor, Loeb e Sale passaram para o Escalador de Paredes, na HQ Homem-Aranha: Azul, em 2002, que segue uma linha parecida com Demolidor: Amarelo, Peter Parker relembra seus anos na Universidade Empire State, enquanto se envolvia com Gwen Stacy e enfrentava sua tradicional galeria de vilões. Em 2003, seria a vez do Hulk, na minissérie Hulk: Cinza, que também revisita a origem personagem. Por fim, Loeb e Sale trabalharam com o Sentinela da Liberdade, em Capitão América: Branco. Porém, essa HQ teve mais percalços; iniciou-se em 2008, mas teve fim somente em 2015.

Vale ainda mencionar a HQ Superman: Kryptonite, em que Sale fez parceria com Darwyn Cooke. Basicamente, é a história de como o Homem de Aço teve o primeiro contato com a mortal Kriptonita, que tanto lhe daria dor de cabeça depois. Também merecem referências as histórias de Grendel, que Sale desenhou em colaboração com Matt Wagner, para a Dark Horse.

Em suma, fica aqui uma breve retrospectiva e meu reconhecimento a esse grande artista ainda bastante contemporâneo das HQs, que foi Tim Sale. Mais um para o Panteão. R.I.P.



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