In memoriam: Gene Hackman




Infelizmente, mais uma vez, venho escrever um post sobre uma celebridade do meio artístico que faleceu recentemente. No caso, é nada mais nada menos que Gene Hackman, um dos grandes atores de sua geração, protagonista do “cinemão” norte-americano dos anos 70. A bem da verdade, já estava esperando que Gene Hackman fosse falecer mais cedo ou mais, em razão de sua idade avançada, 95 anos, mas as circunstâncias de sua morte é que foram bizarras e não explicadas. Ele faleceu dia 26 de fevereiro, ao lado da esposa e do cachorro.

Nascido em San Bernardino em 30 de janeiro de 1930, Eugene Allen “Gene” Hackman teve uma juventude trágica. Seu pai jornalista o abandonou e a sua mãe quando ele tinha 13 anos. Posteriormente, sua mãe alcoólatra faleceu em um incêndio provocado por ela mesma. Aos 16 anos, Hackman alistou-se nos fuzileiros navais e, quando deu baixa, matriculou-se no curso de jornalismo, mas abandonou a faculdade e foi fazer um curso de rádio. Por fim, interessou-se pela carreira de ator e inscreveu-se na Pasadena Playhouse, na Califórnia.


Sua estreia como ator foi na peça Any Wednesday na Broadway, em 1964. E nesse mesmo ano também estreou no ramo do cinema, no filme Lilith, ao lado de Warren Beatty. Porém, seu primeiro papel que chamaria atenção e lhe renderia um Oscar de ator coadjuvante seria o de Buck Barrow em Bonnie e Clyde.



No entanto, seu primeiro papel de destaque seria como o policial Jimmy “Popeye” Doyle no thriller policial Operação França, de 1971, dirigido por William Friedkin. Filme que contribuiu para definir o gênero policial como o conhecemos hoje. No ano seguinte, interpretaria o reverendo Scott no filme catástrofe O Destino de Poseidon.


Outro grande papel e provavelmente sua melhor interpretação foi como Harry Caul em A Conversação, dirigido por Francis Ford Coppola em 1974. Também naquele ano, interpretaria o hilário cego de O Jovem Frankenstein, de Mel Brooks. 


Em 1978, Hackman interpretaria provavelmente seu personagem mais popular, o maior inimigo do Superman, Lex Luthor, em Superman de Richard Donner. O Luthor de Hackman, apesar de representar perigo, também um lado mais galhofa, e casa bem com o capanga Otis, interpretado por Ned Beatty, e a senhorita Tessmacher, vivida por Valerie Perrine. Alguns anos depois, Hackman seria a inspiração visual para o Luthor de John Byrne, em sua reformulação do Homem de Aço no pós-Crise nos anos 80. Hackman ainda reprisaria o papel de Luthor em Superman II e IV.


Em 1983, Hackman faria outro de seus grandes filmes, De Volta para o Inferno, em que interpreta Cal Rhodes, um coronel aposentado do Exército norte-americano em busca de informações sobre seu filho desaparecido. Dessa forma, Rhodes monta um grupo de resgaste. O filme ainda conta com Patrick Swayze em início de carreira. Em 1988, Hackman atuaria em outro de seus melhores filmes, Mississipi em Chamas, de Alan Parker, no qual interpretaria o agente Rupert Anderson, dividindo o estrelado com Willem Dafoe. O longa é um dos melhores filmes antirracistas de todos os tempos e descreve bem a época dos direitos civis e a ameaça da Ku Klux Klan.



Em 1992, Hackman ainda faria um de seus grandes personagens, o xerife Little Bill Daggett, em Os Imperdoáveis, faroeste estrelado por Clint Eastwood. Apesar de interpretar o “vilão” do longa, essa não é exatamente uma boa definição de seu personagem, pois Os Imperdoáveis desmistifica o gênero western e não tem bem heróis e vilões no sentido convencional do termo.






Hackman ainda atuaria em diversos filmes ao longo dos anos. Podemos destacar A Firma, ao lado de Tom Cruise; Wyatt Earp, no qual faria o papel título dessa lenda do faroeste; Rápida e Mortal, faroeste dirigido por Sam Raimi e estrelado por Sharon Stone, no qual interpreta o vilão; Maré VermelhaMedidas ExtremasInimigo do Estado; entre muitos outros longas.


Porém, Hackman com o tempo foi tendo cada vez menos a oferta de papéis em filmes. Seu último filme foi em 2004, e em 2008 anunciou sua aposentadoria. No entanto, ele não ficou exatamente ocioso. Em seus últimos anos, tornou-se romancista e escreveu alguns livros no gênero western, que sempre apreciou.

Enfim, este post pretendeu fazer um apanhado de alguns dos papéis e filmes deste formidável ator. Certamente, muitos outros filmes emblemáticos ficaram de fora, porque Hackman atuou em inúmeros longas, e estes foram só alguns de que me lembrei. R.I.P.

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