PAPO DE CINEMA - "TUDO BEM NO ANO QUE VEM" (1978) - UM FILME DE FIM DE ANO!
A TV americana exibe todos os anos na época das festas de final de ano o filme "A FELICIDADE NÃO SE COMPRA". Aqui no Brasil, a TV Globo exibia todo final de ano o filme "TUDO BEM NO ANO QUE VEM" e é sobre este filme que nossa matéria fala. E convidamos todos a acompanharem conosco. Vamos lá?
Este é um daqueles filmes produzidos em uma época em que o mundo era bem diferente do de hoje. Uma época em que as pessoas estavam mais preocupadas com a história do que com as possíveis mensagens ocultas ou críticas que os filmes pudessem trazer. É um filme sobre pessoas e as mudanças provocadas pelo tempo.
Assisti várias vezes, já que a Tv Globo o repetia com frequência na virada do ano. Eu e minha esposa já contávamos em assisti-lo. Infelizmente, o mundo foi mudando e o que era exibido na TV também. E o que era tocante e estimulante no passado agora era taxado de 'velharia', 'coisa de saudosista'... Foi substituído pelo que sei pelos "Shows da Virada" ou algo que o valha...
O filme tem roteiro de Bernard Slade e se baseia em uma peça escrita por ele mesmo. Bernard Slade foi o responsável por séries como "A Noviça Voadora" e "A Família Do Re Mi". Foi dirigido por Robert Mulligan (de "O Sol é para Todos" e "Verão de 42" - um super clássico!) e foi estrelado por Alan Alda e Ellen Burstyn (que fez o mesmo papel na Broadway).
O tema musical era um show à parte (pelo menos para mim, já que tem ligações sentimentais). A música que seria usada originalmente foi composta por Paul McCartney e tinha o título "Put It There". Porém, por alguma razão foi escolhida em seu lugar "The Last Time I Feel Like This" interpretada por Johnny Mathis e Jane Olivor e que foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original (que me desculpe, Paul, mas esta é bem melhor!). E esta logo abaixo:
O filme foi estruturado em seis episódios, por assim dizer, cada um se passando 5 anos após o anterior. Para dividir estes 'episódios', o diretor colocou uma série de fotos que retratavam os eventos culturais e políticos que ocorreram durante este tempo. Desta forma cada parte retratava o que realmente estava ocorrendo durante aquele período.
Por exemplo, na parte que retrata 1966, temos um violento contraste entre os personagens. A personagem Doris aparece usando jeans e cabelos bem compridos, havia ingressado em uma universidade, se envolvido em protestos e se tornado simpatizante da esquerda. O personagem George se apresenta como um conservador radical, que toma remédios contra ansiedade e se mostra extremamente amargo.
Mesmo o espectador estranha seu comportamento porque, embora ele sempre fosse bem 'careta', também era divertido e compreensivo em várias coisas. Ao final deste ato ou episódio, descobrimos o porquê de George estar tão diferente: seu filho havia sido morto no Vietnã no ano anterior...
Enfim, é um filme espetacular para os que gostam de cinema antigo. Não tem lutas, tiros, explosões. Era um filme do tipo que chamávamos "água com açúcar", daqueles que os garotos (e alguns homens adultos) nunca admitiriam ter assistido e muito menos gostado...
ENREDO...
O filme gira em torno de um homem, George Peters, contador de 27 anos, e de uma mulher, Doris, dona de casa de 24 anos. Eles se conhecem por acaso em 1951 em uma estalagem e jantam juntos. Eles acabam por ter relações sexuais e, apesar de cada um deles ser casado, serem felizes e terem filhos nos respectivos casamentos, decidem se encontrar todos os anos no mesmo hotel para passarem a noite juntos.
E é isto que passamos a acompanhar: estes encontros. Entre cada encontro que testemunhamos se passam cinco anos. E assim acompanhamos também as mudanças no mundo e nos próprios personagens. A história se passa até o ano de 1977...
É um filme excelente (embora eu seja suspeito em falar) e mostra o quanto perdemos como pessoas e como humanidade com o passar dos anos.
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