Sessão da Tarde | EM ALGUM LUGAR DO PASSADO (Somewhere in Time) - 1981
Ah, a Sessão da Tarde. Para uma geração, o horário vespertino da Rede Globo servia como um portal para o improvável, o mágico e o inesquecível. E foi nesse palco que muitos de nós fomos irremediavelmente rendidos à pura elegância de EM ALGUM LUGAR DO PASSADO. O filme se tornou um sucesso de audiência e parte essencial do repertório nostálgico da emissora, sendo especialmente popular e frequentemente exibido nas décadas de 1990 e 2000. Justamente por conta dessas reprises, que preenchiam a cota de filmes românticos com uma pitada de fantasia, a obra rapidamente conquistou o status de clássico cult no Brasil.
Se você é daqueles que torcem o nariz para romances, mas se pegou hipnotizado pela jornada de Christopher Reeve para 1912 (usando apenas auto-hipnose e um terno estiloso) este artigo é para você. Mais do que uma simples história de amor, este filme é uma prova atemporal de que a beleza visual e uma trilha sonora perfeita podem transformar uma premissa fantasiosa em uma verdadeira obra de arte, capaz de nos fazer suspirar anos e anos depois. Prepare-se para reviver a melancolia e o encanto nostálgico em mais uma de nossas matérias.
SINOPSE: Universidade de Millfield, maio de 1972. Richard Collier (Christopher Reeve) é um jovem teatrólogo que conhece na noite de estreia da sua primeira peça uma senhora idosa, que lhe dá um antigo relógio de bolso e diz: "volte para mim". Ela se retira sem mais dizer, deixando-o intrigado. Chicago, 1980. Richard não consegue terminar sua nova peça, decide viajar sem destino certo e se hospeda no Grand Hotel. Lá visita o Salão Histórico, repleto de antiguidades, e fica encantado com a fotografia de uma bela mulher, Elise McKenna (Jane Seymour), que descobre ser a mesma que lhe deu o relógio.
Título: EM ALGUM LUGAR DO PASSADO
Título Original: Somewhere in Time
Ano: 1981
País: EUA
Duração: 103 min.
Gênero: Drama/Romance/Aventura
Direção: Jeannot Szwarc
Produção: Stephen Deutsch / Ray Stark
Roteiro: Richard Matheson
Baseado em "Bid Time Return"(Somewhere in Time), de Richard Matheson
Elenco Principal:
- Christopher Reeve como Richard Collier
- Jane Seymour como Elise McKenna
- Christopher Plummer como William Fawcett Robinson
- Teresa Wright como Laura Roberts
- Bill Erwin como Arthur Biehl
- George Voskovec como Dr. Gerard Finney
- Susan French como Elise Idosa
- John Alvin como pai de Arthur
- Eddra Gale como Genevieve
Trilha Sonora: John Barry
Cinematografia: Isidore Mankofsky
Edição: Jeff Gourson
Companhia produtora: Rastar
OPINIÃO:
Permitam-me confessar: eu, um apreciador de cinema que preza por explosões e plot twists, jamais imaginei me render a um romance como "Em Algum Lugar do Passado". Mas a mágica da Sessão da Tarde um dia me pegou, e lá estava eu, hipnotizado. A premissa de Christopher Reeve viajando no tempo por auto-hipnose, apenas por uma foto, beira o absurdo, mas a execução do filme é pura elegância. O Grand Hotel Mackinac, a fotografia nostálgica e, claro, a trilha sonora melancólica de John Barry, tudo se conjuga para transformar esta obra em algo que é menos um filme e mais uma pintura a óleo em movimento. Apesar da minha tendência a desgostar do gênero, fui forçado a reconhecer a beleza dessa odisseia temporal.
O que realmente conquista, e desarma qualquer crítico de romances como eu, é a determinação quase obsessiva de Richard (Reeve) e a beleza etérea de Elise (Jane Seymour). O filme nos convida a suspender a descrença e, em vez de analisar a lógica dos paradoxos temporais, simplesmente sentir. A química entre o casal é palpável, transformando uma história improvável em um destino inevitável. "Somewhere in Time" não é apenas um romance cliché; é uma peça de cinema que transcende a tela pela sua paixão e beleza visual. É a prova de que mesmo o coração mais endurecido pode se render a uma história de amor contada com tamanha pureza cinematográfica.
No filme, a trilha composta por John Barry não é mero acompanhamento sonoro, mas a própria alma da narrativa. Suas melodias lentas, elegantes e profundamente melancólicas envolvem o espectador como uma lembrança que não se pode tocar, mas que insiste em permanecer. A música não explica a viagem no tempo, mas nos faz sentir. Cada nota parece carregar o peso de um amor impossível e a doçura de uma saudade que atravessa décadas, conduzindo o público não por trilhos de razão, mas pelas vias mais silenciosas da emoção.
É essa força sensível que eleva o filme ao status de culto, pois a trilha não termina quando os créditos sobem: ela continua ressoando na memória de quem a escuta. Mais do que ilustrar cenas, a música as eterniza, transformando gestos simples em lembranças indeléveis e o romance em mito. Ao ouvir seus temas fora da tela, não se recorda apenas do filme, mas da sensação que ele deixou — como se, por alguns minutos, também fôssemos capazes de tocar o passado e sentir a eternidade no presente.
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