Cinema em Foco: VERÃO DE 42 ou HOUVE UMA VEZ UM VERÃO (1971)


Este é um daqueles filmes que acredito que a maioria já assistiu. Ele foi exibido na extinta 'sessão de gala' da Globo várias vezes, eu mesmo assisti numa destas exibições (e depois várias vezes). A música tema do filme, composta por Michel Legrand, marcou época e inclusive foi 'adotada' para ser a música tema da própria 'sessão de gala'.

Tema de Michel Legrand: 






Este filme marcou minha própria pré-adolescência, pois quando assisti tinha a mesma idade do protagonista. Mas ruim mesmo, foi não ter com quem trocar ideias sobre ele, isto porque alguns de meus amigos eram bem parecidos com os garotos do filme. 

Alguns deles eram 'metidos' a conquistadores embora nem tenham saído com alguma menina, coisa que acontece em todo grupo de garotos até hoje. Outros não assistiam a filmes de romance porque "era coisa de mariquinha", então fiquei sem ter com quem conversar. 





Para mim, o marcante foi que o personagem durante aquele verão, enfrentou grandes mudanças em sua vida, conheceu o amor, teve de lutar contra suas próprias limitações, cresceu em apenas um verão e também conheceu o sexo (de verdade, ao contrário dos amigos). 



E ao assistir a história, tive a sensação de que minha própria vida passaria por aquelas mudanças (minha 'cabeça' era um pouco diferente das de meus amigos, acho que por minha experiência familiar ser diferente). Some-se a isto, o fato de que, as vezes, me 'colocava no lugar do personagem', imaginando o que havia sentido e porque reagiu de certa forma. Enfim o filme me 'acertou' em cheio por ser ao mesmo tempo maravilhoso e triste. 

A história não tem nada de excepcional, acompanha um garoto de 15 anos que foi passar as ferias de verão no litoral. O mundo estava em guerra e a vida de todos foram alteradas, embora alguns adultos tentassem passar normalidade para os filhos.

O garoto e seus amigos se encontravam naquela fase em que tinham grande curiosidade a respeito do sexo, e falavam muito sobre isto sem na verdade saberem nada. As meninas agiam da mesma forma. As partes em que os garotos lidam com a questão são bem engraçadas.


Temos a cena inesquecível do personagem central no cinema com uma garota local, depois quando foram para a praia tentando atingir 'a segunda base', eufemismo para avanços sexuais.


O garoto conhece então uma mulher mais velha (Jennifer O'Neil lindíssima) e se apaixona por ela (difícil não se sentir atraído). Esta mulher é casada com um jovem piloto que teve de voltar para o front. 


Claro que, por parte da mulher não havia nenhum interesse, ela só gostava da companhia do garoto por estar se sentindo solitária e preocupada, e a presença do jovem a distraia e divertia. Mas para o garoto foi o início de uma profunda mudança, assim ele começa a ver a imaturidade de seus amigos, a futilidade de suas conversas, passa a sofrer por um amor não correspondido, aprende sobre o sofrimento de outros.


O diretor consegue mostrar tudo isto de uma forma bela e emocionante, mas sou suspeito de falar estas coisas. Afinal o filme me marcou, mas acredito que outros por aí sintam-se da mesma forma. 

Embora seja um filme de 1971, foi muito ousado por parte do diretor e dos produtores mostrar no filme que houve uma relação sexual entre a mulher e o garoto. A simples insinuação já poderia ter prejudicado, mas a coisa é mostrada de uma forma tão singela e pura, que não houve sequer polêmica.


Talvez o filme assistido hoje possa parecer ingênuo, mas na verdade ele mostra uma época diferente, onde as pessoas pensavam e agiam de forma diferente. Às vezes suas ações eram cruéis, mas na maioria das vezes havia mais respeito, mais ligações entre as pessoas, mais preocupação de uns com os outros. 

Após assistirmos ao filme, talvez nos perguntemos: 
"Será que realmente 'evoluímos'?". " E se evoluímos, valeu realmente a pena?"

Extra...

Com certeza, este é um filme que não poderia estar aqui, sem que também estivesse um link para poder assisti-lo. Talvez pela primeira vez, talvez por mais uma vez. Não importa, o importante é conhecer a obra e quem sabe gostar assim como eu...



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