Falando em série: OZ- A VIDA É UMA PRISÃO (1997/2003)
OZ foi uma série de TV norte-americana criada por Tom Fontana, produzida pela HBO entre 1997 e 2003, dividida em 6 temporadas com 8 episódios cada (com exceção da quarta, que é a mais longa e contém 10 episódios), com duração de aproximadamente uma hora cada.
Oz conta a história da vida das pessoas em na prisão de segurança máxima: Oswald Maximum Security Correctional Facility, "Emerald City" e também conhecida como “Oz”. Sob a ordem de Tim McManus e Warden Leo Glynn. A série era sobre os carcereiros que a policiavam, os oficiais do governo que tentavam controlá-la, os médicos e padres tentando curá-la, e os prisioneiros que tentavam destruí-la.
No Brasil, estreou em 06/01/2000 no SBT no horário nobre das quintas-feiras, onde permaneceu por vários anos na grade da emissora, passando tempos depois a ser uma das atrações do Teleseriados (exibido nas madrugadas). Não lembro (nem consegui descobrir se passou em outros canais)
Oz conta a história da vida das pessoas em na prisão de segurança máxima: Oswald Maximum Security Correctional Facility, "Emerald City" e também conhecida como “Oz”. Sob a ordem de Tim McManus e Warden Leo Glynn. A série era sobre os carcereiros que a policiavam, os oficiais do governo que tentavam controlá-la, os médicos e padres tentando curá-la, e os prisioneiros que tentavam destruí-la.
No Brasil, estreou em 06/01/2000 no SBT no horário nobre das quintas-feiras, onde permaneceu por vários anos na grade da emissora, passando tempos depois a ser uma das atrações do Teleseriados (exibido nas madrugadas). Não lembro (nem consegui descobrir se passou em outros canais)
Em 12 de julho de 1997 estreou “Oz – a Vida é uma Prisão". Sendo considerada a primeira série dramática da HBO, que até esse momento investia apenas em comédias ou dramédias, como The Larry Sanders Show, sitcom produzida entre 1992 e 1998 e que deu o pontapé inicial nesta fase de produções de qualidade do canal.
Mas, antes de Fontana levar sua ideia para a HBO, o canal era voltado apenas para filmes. "Eles passavam longas, comprando bibliotecas de filmes dos estúdios", diz Fontana. "Na verdade, quando levei a ideia para Chris Albrecht [ex-presidente e CEO da HBO] e ele disse que queria OZ, fiquei exultante. Eu disse 'Sim! Vai ser incrível!', e todos os meus amigos na indústria disseram 'Por que você quer uma série na HBO? É um canal de filmes, ninguém vai assistir'. E eu dizia 'Bom, sim, mas eles vão fazer a série que eu quero fazer, então não me importo se ninguém assistir'.
Acreditando no potencial do tema, o canal construiu uma penitenciária em um depósito de Manhattam, equipada com celas, escritórios, cafeteria, sala de ginástica, biblioteca, sala de computadores, lavanderia, área de lazer e ala de visitações.
Filmada em ambiente fechado, a série deu ao público a sensação claustrofóbica vivida pelos personagens. Oferecendo baixos salários, o canal atraiu uma dezena de atores, alguns renomados, que buscavam pela inédita oportunidade de trabalhar em uma série com uma abordagem mais profunda daquela vista na TV aberta.
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Augustus Hill (Harold Perrineau) |
Tematicamente, OZ se equilibrava na linha estranha entre realidade bruta e ficção quase delirante. Por ser uma produção para a TV a cabo, o realismo oferecido por “Oz” suplantou o que era visto nos canais abertos. A começar pela linguagem, que explorou expressões carregadas de palavrões, passando pela nudez frontal masculina, masturbação e ainda havia muitos exemplos de violência típica de cadeia – brigas na academia, pessoas esfaqueadas, estupros, etc. – que eram cortados por trechos abstratos de narração e flashbacks saturados e confusos. Um dos exemplos mais famosos desse formato é o personagem Augustus Hill (Harold Perrineau) entregando seus sermões em cada episódio dentro de uma cela de acrílico. Augustus, um preso deficiente físico ex-viciado em cocaína, embora haja uma distinção entre o augustus-narrador e o augustus-personagem. Era ele quem em cada episódio fazia a abertura e o fechamento com um monólogo introduzindo / concluindo o tema principal do episódio. Outros monólogos são apresentados durante o episódio, visando introduzir as histórias dos diversos personagens. Estes monólogos levantam diferentes questionamentos: Augustus conversa diretamente conosco e toca em diversas “verdades incômodas”, principalmente relativas ao sistema penal, religião, política, à vida em uma prisão e à sociedade.
Tom Fontana em Emerald City. Foto: Eric Liebowitz / HBO. |
Ao longo de suas 6 temporadas, Oz mergulha fundo no psicológico de seus vários e complexos personagens, mostrando suas convicções, motivações, sentimentos e questionamentos. Não é errado dizer que o maior sucesso da série foram seus personagens. Com uma sensibilidade profunda e crua, excelentes e ousados roteiros e além de uma direção visionária complementada por atuações de destaque, vemos que Oz foi muito mais que um drama policial ou um banho de violência e sangue.
Entretanto, como toda produção, Oz não é perfeita. Às vezes, a violência soa desnecessária e é usada como recurso de espetáculo, com mortes um pouco absurdas. Além disso, há um excesso de personagens e histórias, o que é mais sentido no fim do seriado. Fica uma sensação de “mais do mesmo”, e dá vontade de pular as histórias de personagens secundários para acompanhar logo o desenvolvimento dos personagens principais.
Contudo, estes defeitos não são capazes de tirar o mérito da produção. Oz foi uma série corajosa, que rompeu com diversos paradigmas e abriu espaço para que outras séries posteriores pudessem ter seu lugar nas telinhas. E ainda hoje, os temas da série continuam atuais e, certamente, te farão refletir em algum momento.
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