Papo de Cinema: O EGIPCIO (The egyptian) 1954
Nos tempos da décima oitava dinastia do Egito, Sinuhe (Edmund Purdom), um pobre órfão, torna-se um brilhante médico. Junto a seu amigo Horemheb (Victor Mature) ele é apontado para servir ao novo Faraó. Vivendo na corte, Sinuhe começa a perceber coincidências entre acontecimentos que marcaram as dinastias faraônicas e tragédias que marcaram sua própria vida. Cada vez mais absorto pelas intrigas da corte, ele passa a conhecer bizarros segredos de seus governantes e muitas respostas para perguntas que ele carregou consigo durante toda a sua vida.
Roteiro: Philip Dunne, Casey Robinson
Produção: Darryl F. Zanuck
Música Original: Alfred Newman, Bernard Herrmann
Coreografia: Stephen Papich
Fotografia: Leon Shamroy
Edição: Barbara McLean
Direção de Arte: Lyle R. Wheeler, George W. Davis
Guarda-Roupa: Charles Le Maire
Maquiagem: Ben Nye
Efeitos Sonoros: Alfred Bruzlin, Roger Heman Sr.
Efeitos Visuais: Ray Kellogg
Elenco:
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Roteiro baseado no livro de Mika Waltari, “O Egípcio” |
- Mika Waltari (1908-1979) é o maior escritor finlandês. Entre seus sete romances históricos, "O Egípcio" destaca-se como o mais conhecido e já foi traduzido para mais de 40 idiomas. Este livro foi originalmente publicado em 1945, no final da Segunda Guerra.
- O longa, apesar de tratar aparentemente de aspectos e questões da religiosidade egipcia do período, faz um parelelo de similaridade da fé dos egípcios com a fé católica, representando os sacerdotes dos antigos deuses como vilões e o famoso símbolo Ankh (o símbolo da nova religião de Akhenaton), numa clara emulação da cruz de Cristo.
- As vozes dos personagens interpretados por Mike Mazurki e 'Leo Gordon' foram dubladas por outros atores para uma qualidade mais clássica - e menos americana.
- Marilyn Monroe fez muito lobby para interpretar "Nefer", mas Darryl F. Zanuck reservou o papel para sua então amante, Bella Darvi.
- O filme levou dois anos para ser produzido, e os designers acabaram catalogando milhões de itens de roupas e propriedades para o épico.
- Darryl F. Zanuck, da 20th Century Fox, comprou os direitos do filme em 1952. Ele anunciou que o filme seria sua única produção pessoal em 1953.
- Marlon Brando iria interpretar o papel principal (Sinuhe). Porém, em fevereiro de 1954, uma semana antes do início das filmagens, Brando participou da leitura do roteiro. Philip Dunne (roteirista) disse que Brando leu o papel de modo "absolutamente lindo", mas Michael Curtiz (diretor) disse: "Como posso, com toda a minha genialidade, fazer você interpretar esse homem que é um herói em um minuto e, no momento seguinte, um vilão?" Dunne chegou a declarar que foi para casa na intenção de escrever um memorando para Curtiz, mas antes que o fizesse recebeu uma ligação dizendo que Marlon Brando havia desistido do filme. Brando disse que não foi capaz de desempenhar seu papel devido à tensão mental e teve seu psiquiatra para apoiá-lo. Como as filmagens no Egito já haviam começado, a Fox processou Brando em US$ 2 milhões. Contudo, o processo foi resolvido quando o ator concordou em fazer: "Désirée, o Amor de Napoleão" (1954) para o estúdio.
- Alguns dos cenários, fantasias e adereços deste filme foram comprados e reutilizados por Cecil B. DeMille para Os Dez Mandamentos (1956).
- Devido ao pouco tempo disponível na pós-produção, as tarefas de composição da trilha sonora foram divididas entre dois dos compositores mais conhecidos da 20th Century-Fox: Alfred Newman e Bernard Herrmann.
- O "tomatômetro" do Rotten Tomatoes classifica o Egipcio com 60% de aprovação.