Trash Movie | ABAR, O PRIMEIRO SUPERMAN NEGRO (1977)

 

O TRASH MOVIE da vez, nos leva a distante década de 70 e de volta ao movimento blaxploitation. Vamos resgatar: ABAR, O PRIMEIRO SUPERMAN NEGRO, de 1977. Um filme nitidamente amador, de baixíssimo orçamento, com efeitos especiais horrorosos, som dessincronizado e atores amadores que parecem que estão lendo suas falas o tempo todo, cenas ridículas e poderes absurdos num roteiro praticamente incompreensível. Te assustei? Não fique assim! Tenha coragem e venha conosco em mais uma viagem ao passado mais tosco da história do cinema. A diversão é garantida!

SINOPSE: Ao se mudar para um bairro racista, um cientista negro e sua família, passam a ser perseguidos e a sofrerem muitas ameaças e problemas. Para se defenderem contam com a ajuda de Abar, um guarda-costas durão. Em dado momento o doutor lhe dá um elixir especial que lhe confere superpoderes que assim o torna um combatente do crime superpoderoso.



Título: ABAR, O PRIMEIRO SUPERMAN NEGRO
Título Original: Abar, The First Black Superman
Ano: 1977
País: EUA
Duração: 102 minutos
Gênero: (Blaxspoitation) Drama/Ação
Direção: Frank Packard
Roteiro: James Smalley
Elenco Principal:
- J. Walter Smith como Dr. Kinkade
- Tobar Mayo como John Abar
- Roxie Young como Sra. Kinkade
- Gladys Lum como Debbie Kinkade
- Tony Rumford como Tommie Kinkade
- Rupert Williams como Jim Kinkade
- Tina James como Susan Kinkade
- Art Jackson como Duda
- Allen Ogle como Peabody
- Joe Alberti como Hunt
- Dee Turguand como Mabel
Produção: J. P. Josué
Cinematografia: Ronald Víctor García
Edição: Jack Tucker
Produtora: Jos-To Production


BLAXSPLOITATION:

O movimento blaxploitation (ou Blacksploitation) da década de 70 ocorreu quando cineastas e produtores negros (nos EUA) se organizaram visando originalmente uma  produção artística segmentada para uma audiência negra, mas seu público logo ampliou-se e o movimento conquistou o mundo. 

O objetivo era que o cinema norte-americano desse a devida atenção para os negros. Eles não queriam ser sempre os coadjuvantes, agora eles seriam os personagens principais. Por isso os filmes que eram “blaxploitation” (black = “negro” e explotaition =“exploração”) eram todos feitos com negros. Atores, diretores e músicos.

De modo geral, o movimento Blaxploitation foi uma manifestação que “obrigou” o cinema mundial a notar a relevância artística e cultural dos negros, principalmente dos norte-americanos.


OPINIÃO:
                    Confesso que fiquei tentado a fazer uma resenha, mas considerando que pouquíssimas pessoas assistiram a este longa, optei por não entregar nenhum spoiler e de certo modo, incentivar que os curiosos assistam. Dito isso não quero fazer parecer que é um filme imperdível, pelo contrário, é sofrível. Porém, ainda assim, como fã de filmes trashs e admirador do movimento Blaxsploitation, assisti e não me arrependo disso. O longa é uma produção nichada aos fãs de filmes toscos de baixíssimo orçamento e da cultura negra dos anos 70, nos EUA.
                    De cara somos "surpreendidos" pela carga dramática e excessivamente "realística", nada comum aos filmes de "super-heróis" que estamos acostumados. Sem sutileza nenhuma o longa expõe os problemas raciais da época e mesmo com interpretações sofríveis e (d)efeitos especiais, você percebe que os atores em cena levaram a sério o que estavam fazendo.
                    O filme começa bem, mas vai decaindo ao longo da história e não consegue realmente cativar a assistência. Sem que se perceba, quem assiste os primeiros 30 minutos já começa a se perguntar se falta muito pra acabar. O final é tosco, mas diverte e nos lembra que estávamos assistindo um TRASH MOVIE, bem ao estilo setentão. Me lembrou os filmes da madrugada que assistíamos nos anos 80 e 90, na TV aberta.
                    Assisti por curiosidade, mas não posso negar que é sofrível. Diverte, mas não é bom! Imagino que algumas pessoas não vão entender este comentário, mas os fãs de TRASH sabem do que estou falando. Nota: 5/10 


CURIOSIDADES:
  • O filme foi ideia de James Smalley, um negro da Louisiana, e Frank Packard, um ator e roteirista branco;
  • Foi parcialmente filmado em um bordel em funcionamento;
  • Originalmente intitulado SuperBlack, foi concluído em 1975, mas não lançado até 1977, sob o nome de Abar, The First Black Superman; 
  • Entre os anos 80 e 90, foi renomeado novamente para lançamento em VHS (nos EUA) como: "In Your Face";
 
  • Seu lançamento original foi muito limitado, principalmente para o que era conhecido como o "Chitlin 'Circuit" dos drive-ins do sul, nos EUA.
  • O filme foi rodado nos bairros de Baldwin Hills e Watts, em Los Angeles, sem permissão para fazê-lo, e em dado momento os membros reais de gangues de motociclistas que haviam sido contratados para interpretar uma gangue de motociclistas negros cercaram os carros dos policiais brancos que haviam sido chamados para encerrar as filmagens. Os policiais optaram por ficar em seus carros.

Gostou desta postagem???

Então junte-se a nós! Siga o nosso blog e junte-se a nós em nosso grupo no Facebook. 

Faça parte da família "Memória Magazine", inteiramente dedicada a relembrar coisas boas e curiosas do passado. Ajudando alguns a reviverem boas lembranças e outros a conhecer a origem do que se vê hoje nos quadrinhos, nas animações e nos filmes... 


Nenhum comentário

Imagens de tema por graphixel. Tecnologia do Blogger.