IN MEMORIAM | James Earl Jones e John Cassaday

Infelizmente, venho, mais uma vez, escrever sobre pessoas famosas da cultura pop que faleceram. Esses últimos dias foram pesados e levaram um grande nome do cinema e outro dos quadrinhos. Farei uma breve retrospectiva da vida e obra de cada um.

O primeiro e mais famoso foi James Earl Jones, aos 93 anos, no dia 9 de setembro. Esse não foi exatamente uma surpresa, tendo-se em vista sua idade avançada, mas ele foi um dos mais prolíficos atores de sua época, atuando em dezenas de filmes, ainda que em muitos casos como ator coadjuvante.

Nascido em Arkabutla, Mississipi, em 17 de janeiro de 1031. Seu pai era boxeador, motorista e ator e sua mãe, professora e empregada doméstica. Tão logo nasceu, Jones foi abandonado pelo pai e foi viver com seus avós maternos. Frequentou a Universidade de Michigan e cursou medicina, mas desistiu do curso e alistou-se no Exército norte-americano, servindo na Guerra da Coreia. Interessou-se por teatro e mudou-se para Nova York. Não tardou para que atuasse no cinema, e seu primeiro papel foi logo em Dr. Strangelove de Stanley Kubrick.



A despeito dos inúmeros papéis que James Earl Jones interpretou, alguns se destacam. Provavelmente, o maior deles, foi como dublador de Darth Vader em 
Star Wars, em 1977. Sua voz se tornou icônica como a de um dos maiores vilões do cinema. Jones interpretou outro grande vilão em Conan, o Bárbaro, de 1982, estrelado por Arnold Schwarzenegger. Nesse filme, ele deu vida ao terrível feiticeiro Thulsa Doom.




Aqui, cabe um parêntesis: apesar de Thulsa Doom ter enfrentado Conan algumas vezes nas HQs, ele não é bem um vilão do Conan; é mais conhecido por ser o arqui-inimigo de outra criação de Robert E. Howard, Kull, o Destruidor, uma espécie de protótipo do Conan. O verdadeiro arqui-inimigo de Conan é o feiticeiro estígio Thoth-Amon. Porém, em Conan, o Bárbaro, Thulsa Doom tem características mais próximas de Thoth-Amon que de Thulsa Doom. No entanto, Thoth-Amon foi o vilão do segundo filme de Arnold como Conan, Conan, o Destruidor.



Outro papel famoso de James Earl Jones foi do rei Jaffe Joffer, o pai do personagem de Eddie Murphy, príncipe Akeen, em Um Príncipe em Nova York, em 1988. Ele também se tornou muito conhecido pela dublagem do Mufasa, pai do Simba na animação O Rei Leão da Disney.




O outro falecimento foi do artista de quadrinhos John Cassaday, também no dia 9 de setembro. Esse pegou todo mundo de surpresa, pois ele tinha apenas 52 anos e os detalhes da causa de sua morte não foram divulgados. Nascido em Fort North, Texas, em 1971, Cassaday desde cedo teve um talento inato para a ilustração, sendo um autodidata. Ele se tornou famoso na indústria dos quadrinhos ao assumir a arte da HQ Planetary, escrita por Warren Ellis para a Wildstorm/DC em 1999. A HQ tem como enredo as aventuras da equipe Planetary, constituída por Elijah Snow, Jakita Wagner e o Baterista. O trio é uma espécie de “arqueólogos do século XX” e tem de investigar a história secreta desse século. Planetary é uma grande “paródia séria” da cultura pop do século XX, e os principais antagonistas da equipe são uma versão maligna do Quarteto Fantástico da Marvel. Cassaday também ilustrou o crossover de Planetary com o Batman.


Outro trabalho de Cassaday que merece destaque é a revista do Capitão América da linha Marvel Knights, no início dos anos 2000, pós-11 de Setembro. Apesar de ser uma HQ elogiada, não teve vida muito longa, pois, além de Cassaday atrasar a entrega de sua arte, o roteirista John Ney Rieber teve problemas com a intervenção editorial da Marvel.



Cassaday então, em 2004, passa a ilustrar a HQ 
Os Surpreendentes X-Men, escrita por Joss Whedon. Essa HQ é considerada uma das melhores fases dos X-Men, que bebe muito das referências e estilo da fase de Chris Claremont, sendo praticamente uma homenagem. Cassaday também desenhou as primeiras histórias das HQs de Star Wars, quando voltaram a ser publicadas pela Marvel.

Dono de um traço detalhista, mas ao mesmo tempo dinâmico, Cassaday é considerado um dos melhores artistas contemporâneos de HQs. Como sua arte era muito elaborada, eram comuns os atrasos e a dificuldade de cumprir prazos nas revistas mensais.

Enfim, fica aqui minha homenagem a esses grandes nomes da sétima e nona arte. Farão falta na cultura pop. R.I.P.

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