Lendas de Hollywood | CHARLTON HESTON (1923 - 2008)

Poucos atores marcaram Hollywood como CHARLTON HESTON. Com sua presença imponente e voz inconfundível, ele deu vida a personagens históricos e heróicos que se tornaram eternos na memória do cinema. De Brad Braden em "O Maior Espetáculo da Terra", passando por Moisés nos "Dez Mandamentos" a Ben-Hur, sua carreira foi repleta de papéis grandiosos que definiram uma era.  

Além de sua trajetória cinematográfica, Heston também teve forte atuação política e social, sendo um defensor dos direitos civis nos anos 60 e, mais tarde, um ativista conservador. Sua influência vai muito além das telas, deixando um legado que ainda inspira gerações.  

CHARLTON HESTON (pseudônimo de John Charles Carter 😮), nasceu em 4 de outubro de 1923, na cidade de Evanston, Estado de Illinois, EUA. Um verdadeiro galã natural de traços marcantes e voz envolvente que ganhou o estrelato por seus papéis principais em vários filmes de Hollywood, incluindo épicos bíblicos, filmes de ficção científica e filmes de ação. 

Sua trajetória artística começou no teatro e no rádio, mas foi no cinema que ele conquistou fama mundial. O estrelato veio com grandes produções bíblicas e históricas, como Os Dez Mandamentos (1956), onde interpretou Moisés, e Ben-Hur (1959), papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator. Esses filmes não só consagraram Heston como astro, mas também ajudaram a definir a era de ouro dos épicos cinematográficos.

Além da atuação, Heston teve papel ativo fora das telas. Participou do movimento pelos direitos civis nos anos 1960, marchando ao lado de Martin Luther King Jr. Décadas depois, tornou-se uma figura controversa ao presidir a National Rifle Association (NRA), defendendo o direito ao porte de armas nos EUA.

Mesmo com opiniões políticas polarizadoras, sua contribuição ao cinema é indiscutível. Heston atuou por mais de cinco décadas e participou de mais de 100 produções. Faleceu em 5 de abril de 2008, aos 84 anos, deixando um legado cinematográfico imortal.

Charlton Heston será sempre lembrado como o rosto de heróis maiores que a vida — um verdadeiro símbolo da era dourada de Hollywood.



A filmografia de Charlton Heston é vasta e repleta de personagens marcantes que atravessam diferentes gêneros e épocas do cinema. Abaixo, apresento uma seleção de seus principais trabalhos no cinema, organizados por década, com o respectivo ano de lançamento e o personagem interpretado:

🎬 Anos 1950
1950 – Dark City – Danny Haley
1952 – The Greatest Show on Earth – Brad Braden (Oscar de Melhor Filme – elenco premiado)
1953 – The President's Lady – Presidente Andrew Jackson
1954 – The Naked Jungle – Christopher Leiningen
1955 – The Far Horizons – William Clark
1956 – The Ten Commandments – Moisés (clássico indicado ao Oscar; papel icônico, mas não premiado individualmente)
1958 – Touch of Evil – Ramon Miguel Vargas (cultuado filme noir; sem prêmios para Heston)
1959 – Ben-Hur – Judah Ben-Hur 🏆 (Oscar de Melhor Ator – 1960)

🎬 Anos 1960
1961 – El Cid – Rodrigo Díaz de Vivar (El Cid)
1963 – 55 Days at Peking – Major Matt Lewis
1965 – The Greatest Story Ever Told – João Batista
1965 – The Agony and the Ecstasy – Michelangelo Buonarroti
1965 – Major Dundee – Major Amos Dundee
1966 – Khartoum – General Charles Gordon
1968 – Planet of the Apes – George Taylor (filme indicado ao Oscar; Heston aclamado, mas não premiado)
1969 – Number One – Ron Catlan

🎬 Anos 1970
1970 – Beneath the Planet of the Apes – George Taylor
1971 – The Omega Man – Robert Neville
1972 – Antony and Cleopatra – Marco Antônio
1973 – Soylent Green – Detetive Robert Thorn
1973 – The Three Musketeers – Cardeal Richelieu
1974 – Airport 1975 – Alan Murdock
1974 – Earthquake – Stewart Graff (Oscar técnico; Heston elogiado)
1976 – Midway – Capitão Matthew Garth
1976 – Two-Minute Warning – Capitão Peter Holly
1977 – The Prince and the Pauper – Rei Henrique VIII
1978 – Gray Lady Down – Capitão Paul Blanchard

🎬 Anos 1980
1980 – The Mountain Men – Bill Tyler
1980 – The Awakening – Matthew Corbeck
1988 – A Man for All Seasons – Sir Thomas More (produção para TV; sem prêmios individuais)

🎬 Anos 1990–2000
1990 – Treasure Island – Long John Silver
1993 – Tombstone – Henry Hooker
1994 – True Lies – Spencer Trilby (sucesso de bilheteria; sem prêmios individuais)
1995 – In the Mouth of Madness – Jackson Harglow
1996 – Alaska – Perry
1997 – Hercules (voz) – Narrador (filme indicado ao Oscar de Melhor Canção)
1999 – Any Given Sunday – Comissário da AFFA

🎬 Anos 2000
2001 – Planet of the Apes – Zaius (voz)
2002 – Bowling for Columbine – Ele mesmo (documentário vencedor do Oscar – Heston aparece em participação controversa)
2003 – Rua Alguém 5555: Meu Pai – Josef Mengele

🏅 Outros Prêmios e Reconhecimentos:
Jean Hersholt Humanitarian Award – Oscar honorário (1978), por contribuições humanitárias.
Prêmio Cecil B. DeMille (Globo de Ouro honorário) – 1967, por conjunto da obra.
Medalha Presidencial da Liberdade – 2003, uma das maiores honrarias civis dos EUA, concedida por George W. Bush.

Charlton Heston também teve participações notáveis na televisão e no teatro, além de trabalhos como narrador em documentários e animações. Sua carreira é marcada por personagens heroicos, históricos e de forte presença moral, consolidando-o como um dos grandes nomes da era de ouro de Hollywood.


Muito além das telas de cinema, Charlton Heston teve uma vida pública marcada por forte engajamento político e social. Nos anos 1960, em pleno auge da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, Heston surpreendeu muitos ao se posicionar ao lado de líderes progressistas. Ele marchou com Martin Luther King Jr., participou de manifestações históricas e usou sua visibilidade como astro de Hollywood para denunciar a segregação racial. À época, esse posicionamento era incomum entre astros de seu porte — especialmente para um homem branco, de aparência imponente e conhecido por interpretar heróis épicos.

Contudo, ao longo das décadas seguintes, sua postura política foi se transformando. A partir dos anos 1980, Heston passou a adotar um discurso mais conservador, alinhando-se com pautas tradicionalistas e ganhando destaque em debates sobre liberdade individual e direitos constitucionais. Essa virada ficou ainda mais evidente quando, entre 1998 e 2003, presidiu a poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA), defendendo com firmeza o direito dos cidadãos americanos de possuírem armas de fogo.

Seu famoso discurso "From my cold, dead hands" (“Das minhas mãos frias e mortas”), proferido durante um congresso da NRA, tornou-se um símbolo para os defensores da Segunda Emenda da Constituição dos EUA. A imagem de Heston, já idoso, erguendo um rifle sobre a cabeça, é lembrada até hoje como uma das mais icônicas — e controversas — de sua carreira pública.

Esse contraste entre o jovem ativista progressista dos anos 60 e o líder conservador do fim do século XX revela a complexidade de Charlton Heston como figura pública. Ele nunca teve receio de expor suas crenças, mesmo quando isso significava se afastar de parte de seu público ou desafiar o consenso político de Hollywood. Para o bem ou para o mal, sua voz sempre foi firme, apaixonada e influente.


Charlton Heston não foi apenas um ator talentoso e uma figura pública influente — ele também se aventurou na literatura, escrevendo livros que misturam memórias pessoais, reflexões políticas e paixão pelas artes. Aqui estão os principais títulos publicados por Heston:

📚 Livros Escritos por Charlton Heston:

The Actor's Life: Journals 1956–1976 (1978)
Um diário pessoal que cobre duas décadas de sua carreira, incluindo bastidores de grandes produções como Ben-Hur e El Cid. O livro oferece um olhar íntimo sobre o cotidiano de um astro de Hollywood, além de revelar sua dedicação ao ofício da atuação.

Beijing Diary (1990)
Relato dos bastidores da produção do filme The Mother of the Bride na China, com reflexões culturais e experiências vividas durante as filmagens. Também aborda a vida artística e os desafios da direção e atuação em outro país.

In the Arena: An Autobiography (1995)
A autobiografia mais conhecida de Heston. O título faz referência a uma famosa citação de Theodore Roosevelt sobre "o homem na arena", sugerindo coragem e compromisso. O livro cobre sua carreira, vida familiar e envolvimento político.

Charlton Heston Presents the Bible (1997)
Um livro baseado em sua famosa série de documentários sobre passagens bíblicas, explorando histórias do Velho e Novo Testamento. Heston compartilha suas impressões pessoais sobre os textos sagrados com reverência e eloquência.

To Be a Man: Letters to My Grandson (2000)
Uma coleção de cartas e reflexões que Heston escreveu para seu neto, abordando valores, ética, coragem e o que significa ser um homem em um mundo moderno. É um livro com tom mais íntimo e familiar.

Esses livros revelam o lado mais introspectivo e filosófico de Charlton Heston — um homem apaixonado pela história, arte, liberdade individual e responsabilidade pessoal. Eles também oferecem um retrato autêntico de alguém que não apenas interpretou grandes personagens, mas que também viveu intensamente suas próprias convicções.


Charlton Heston foi um dos grandes ícones do cinema clássico de Hollywood, imortalizado por sua presença imponente e atuações memoráveis em épicos como Ben-Hur e Os Dez Mandamentos. Sua carreira brilhou por mais de cinco décadas, consolidando-o como um símbolo de heroísmo e liderança nas telas.

Fora dos holofotes, Heston teve um papel ativo na sociedade, iniciando sua trajetória política ao apoiar os direitos civis nos anos 1960 e, mais tarde, assumindo a liderança da NRA com uma postura conservadora. Além disso, também deixou sua marca na literatura, refletindo sobre arte, ética e liberdade.

Seu legado é vasto e multifacetado, combinando talento artístico com forte engajamento social. Até hoje, continua sendo lembrado como uma figura maior que a vida—um verdadeiro ícone do cinema e da história cultural americana.

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