Papo de Cinema | VIDAS SEM RUMO (The Outsiders) - 1983
Você se lembra de "VIDAS SEM RUMO"? Aquele filme oitentista que reuniu um elenco jovem e promissor, com nomes que mais tarde se tornariam ícones de Hollywood, dirigido por ninguém menos que Francis Ford Coppola? Pois é, esse longa foi muito mais do que um simples drama juvenil. Se tornou cult e tem fãs até os dias de hoje. Grande parte de seu sucesso está muito além de seus astros. É um drama com uma poderosa reflexão sobre amizade, lealdade e as divisões sociais que moldam a juventude. Ambientado nos anos 60, o filme retrata com sensibilidade e intensidade os conflitos entre dois grupos rivais, os Greasers e os Socs, e acompanha a dolorosa jornada de amadurecimento de seus protagonistas.
Neste post, vamos relembrar a história, os bastidores, e tentar mostrar por que essa obra continua tão atual e impactante, mais de 40 anos após seu lançamento. Continue conosco e mergulhe nesse clássico inesquecível!
SINOPSE: A trama se passa na cidade de Tulsa, Oklahoma, na década de 1960, e acompanha o conflito entre dois grupos sociais rivais: os Greasers, jovens de classe operária com um estilo rebelde, e os Socs (abreviação de "Socials"), adolescentes ricos e privilegiados.
O protagonista é Ponyboy Curtis (vivido por C. Thomas Howell), um adolescente sensível que, junto com seus irmãos Darry (Patrick Swayze) e Sodapop (Rob Lowe), tenta sobreviver em meio às tensões sociais, brigas de gangues e à busca por identidade. Ao lado do amigo Johnny Cade (Ralph Macchio), Ponyboy se envolve em um confronto violento com os Socs, o que desencadeia uma série de eventos trágicos e transformadores para todos os envolvidos.
Título: VIDAS SEM RUMO
Título Original: The Outsiders
Ano: 1983
País: EUA
Estúdio: Warner Bros.
Gênero: Drama Juvenil
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Kathleen Rowell (adaptação do romance)
Baseado na obra de S.E. Hinton — autora do romance The Outsiders (1967)
Elenco Principal:
- C. Thomas Howell — Ponyboy Curtis
- Matt Dillon — Dallas "Dally" Winston
- Ralph Macchio — Johnny Cade
- Patrick Swayze — Darrel "Darry" Curtis
- Rob Lowe — Sodapop Curtis
- Emilio Estevez — Keith "Two-Bit" Mathews
- Tom Cruise — Steve Randle
- Diane Lane — Sherri "Cherry" Valance
- Leif Garrett — Bob Sheldon
- Glenn Withrow — Tim Shepard
- Darren Dalton — Randy Adderson
- Michelle Meyrink — Marcia
- Tom Waits — Buck Merrill
Produção: Gray Frederickson e Fred Roos
Produtor Executivo: Francis Ford Coppola
Direção de Fotografia: Stephen H. Burum
Montagem: Anne Goursaud e Carmelita Maldonado
trilha sonora: Carmine Coppola — pai de Francis Ford Coppola
Direção de Arte / Design de Produção: Dean Tavoularis
Figurino: Marilyn Vance
Empresas Produtoras: Zoetrope Studios — produtora de Francis Ford Coppola
Orçamento: US$ 10 milhões
Arrecadação: US$ 33,7 milhões
OPNIÃO:
Vidas Sem Rumo é aquele tipo de filme que, mesmo após décadas, continua tendo a capacidade de tocar quem assiste. E, apesar de não ser meu gênero favorito de filme e de achar certas cenas desnecessárias, tenho de admitir que o longa consegue capturar como poucos, a essência "bruta" da juventude, com sua agressividade, medos, angústias e sonhos.
Acho que é inegável que o grande trunfo da produção está no elenco jovem e carismático, que é praticamente uma reunião prévia de futuras estrelas de Hollywood, como Tom Cruise, Patrick Swayze, Matt Dillon e Rob Lowe. Todos entregam atuações intensas e, embora nem sempre impecáveis (algumas cenas parecem meio forçadas, o que acho comum quando se trata de atores tão jovens), é justamente essa entrega cheia de emoção que dá vida ao filme.
Visualmente, o filme é muito bonito. A ambientação e a fotografia criam uma atmosfera nostálgica que reforça o tom melancólico da história. A trilha sonora, composta por Carmine Coppola, pai do diretor, também é um ponto alto, acrescentando ainda mais drama às cenas.
Claro que nem tudo é perfeito: a narrativa às vezes parece apressada, deixando alguns personagens com pouco espaço para se desenvolver completamente. Além disso, o tom teatral de algumas falas soam bem artificiais.
Mas, sinceramente? Essas pequenas falhas acabam sendo parte do charme. O filme emociona, faz refletir sobre amizade, lealdade e desigualdade social, e ainda nos presenteia com algumas cenas icônicas.
No fim das contas, Vidas Sem Rumo faz por merecer o status de cult, e tem seu valor a ser redescoberto por novas gerações. Um filme que fala sobre crescer, errar, sofrer e, principalmente, nunca deixar de sentir. Nota: 7,5/10
CURIOSIDADES:
- O filme só foi feito porque uma professora de ensino médio (Jo Ellen Misakian, da Lone Star Junior High School, Califórnia, EUA) e seus alunos enviaram uma carta para Francis Ford Coppola, pedindo que ele adaptasse o livro "The Outsiders" de Susan Eloise Hinton para o cinema.
- A autora, S.E. Hinton, não só acompanhou de perto as filmagens, como também fez uma participação especial rápida como uma enfermeira.
- As filmagens ocorreram em Tulsa, Oklahoma, cidade onde a história do livro se passa.
- Depois de "The Outsiders", Francis Ford Coppola também dirigiu Rumble Fish (O Selvagem da Motocicleta, 1983), lançado no mesmo ano.
- Na versão original do filme, várias cenas importantes do livro foram cortadas, como a ida ao tribunal. Por causa disso, anos depois foi lançada a versão The Outsiders: The Complete Novel (2005), incluindo essas cenas.
- Para entrar no espírito "greaser", os atores passaram semanas ensaiando juntos, criando vínculos fora das filmagens. Por outro lado, Coppola incentivou que os atores dos Socs não interagissem com os "greasers", para que o clima de rivalidade fosse mais autêntico.
- Para interpretar com mais realismo Johnny Cade, Ralph Macchio chegou a dormir em locais do set e evitava o contato com os colegas fora das cenas.
- O livro "The Outsiders" que inspirou o filme foi escrito por S.E. Hinton quando ela tinha apenas 16 anos, baseado em brigas reais entre grupos adolescentes.
- Durante as filmagens, Tom Cruise teve um dente lascado e, ao invés de consertá-lo, preferiu deixá-lo assim até o final das gravações, para manter a autenticidade.
- Coppola pediu para que os atores usassem pouca ou nenhuma maquiagem, para manter a aparência mais crua e realista.
- Carmine Coppola, pai do diretor, compôs a trilha sonora do filme, reforçando a tradição familiar no projeto.
- A casa usada como residência dos irmãos Curtis em Tulsa foi restaurada e hoje funciona como um museu dedicado ao filme e ao livro, atraindo fãs de todo o mundo.
Para muitos dos atores, Vidas Sem Rumo foi um dos primeiros trabalhos no cinema, o que ajudou a alavancar suas carreiras. Confira abaixo:
C. Thomas Howell (Ponyboy Curtis)
➤ Estreia no cinema. Antes disso, só havia feito figuração em E.T. - O Extraterrestre (1982). Vidas Sem Rumo foi seu primeiro papel relevante.
Ralph Macchio (Johnny Cade)
➤ Primeiro papel de destaque no cinema. Antes, havia participado de séries de TV e filmes menores. Após Vidas Sem Rumo, estrelou Karatê Kid (1984), que o tornou famoso.
Rob Lowe (Sodapop Curtis)
➤ Primeira atuação no cinema. Tinha feito apenas participações em programas de TV.
Emilio Estevez (Two-Bit Mathews)
➤ Primeiro papel no cinema. Antes disso, havia atuado em curtas e peças escolares. Depois, consolidou-se com filmes como Clube dos Cinco (1985).
Tom Cruise (Steve Randle)
➤ Segundo filme de sua carreira. Sua estreia foi em Amor Sem Fim (1981), mas Vidas Sem Rumo foi um dos primeiros papéis mais visíveis.
Diane Lane (Cherry Valance)
➤ Já havia atuado em A Little Romance (1979) com Laurence Olivier, mas Vidas Sem Rumo foi um dos papéis que consolidaram sua carreira como atriz adolescente.
Patrick Swayze (Darry Curtis)
➤ Antes do filme, havia feito alguns papéis menores em séries e filmes, como Skatetown, U.S.A. (1979), mas Vidas Sem Rumo foi seu primeiro papel marcante no cinema.
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