POR TRÁS DOS QUADRINHOS: O FANTASMA (The Phanton) - 1936
O FANTASMA foi criado por Lee Falk (que também criou Mandrake, o Mágico) e Ray Moore foi lançado originalmente como "tira" de jornal em 1936, tornando-se assim um dos mais antigos e lendários heróis dos quadrinhos.
O personagem foi o primeiro herói dos quadrinhos a vestir um traje colante que mais tarde se tornaria a marca registrada dos “super-heróis”. Ele também foi o primeiro personagem dos quadrinhos a mostrar uma máscara sem pupilas visíveis, ou seja os “olhos brancos” (outra característica muito comum entre os super-heróis).
Peter Coogan, especialista em histórias em quadrinhos, descreve o Fantasma como uma figura “de transição”, uma vez que o personagem apresenta algumas das características de heróis de revistas pulp como O Sombra (The Shadow) e o Aranha (The Spider), assim como antecipa várias características dos super-heróis de quadrinhos como: Superman, Batman e Capitão América.
O “Atual” Fantasma é Kit Walker o 21º membro de uma dinastia que combate o mal e a pirataria há cerca de 500 anos, vestindo o mesmo uniforme: uma malha roxa baseada na figura mítica de um deus africano. Sua base de operações é a Caverna da Caveira, localizada na misteriosa e impenetrável Floresta Negra, na África. Mas o “Espírito que Anda” não é um herói solitário, sem qualquer estrutura, pois tem como aliados principais os fiéis pigmeus Bandar, que salvaram o primeiro Fantasma, pensando que ele era o deus loiro que os libertaria da escravidão de outra tribo. Outra aliada é a Patrulha da Selva, fundada por um antepassado seu e de quem é, secretamente, o comandante.
Ele também conta com o ajuda de seu lobo de estimação Capeto e de seu cavalo Herói.
O Fantasma não dispõe de poderes sobre-humanos,usando apenas sua força e intelecto aprimorados para combater o mal, além da falsa fama de imortalidade para amedrontar os inimigos. Uma das principais características do personagem são seus dois anéis, que marcam permanentemente qualquer um que os toque. O anel da mão esquerda representa quatro sabres sobrepostos formando uma cruz conhecida como "A marca do bem". Aqueles tocados por ele estão sob a proteção do Fantasma. O anel da mão direita carrega um crânio, aqueles que recebem a sua marca (geralmente vindo de um forte gancho de direita) são punidos eternamente pelo espírito que anda. O Fantasma também carrega duas pistolas calibre 45 no seu cinturão.
Quando o Fantasma vai à cidade, usa as roupas de um homem comum, se transformando no “Sr. Walker”. A cidade que Walker mais atua é Mawitaan, a capital do fictício país africano onde se passa suas aventuras. Nas primeiras aventuras, Mawitaan era chamada de Morristown ou Frazertown.
O personagem chegou ao Brasil em 1936, nas tiras semanais do jornal carioca O Correio Universal, posteriormente apareceu em O Globo Juvenil , O Gibi, quando então era chamado de Fantasma Voador. Com a fundação da RGE, as revistas do Fantasma se tornaram o principal produto e eram compostas de edições de tiras diárias e dominicais. Apesar de usar roxo no original, no brasil, seu traje era vermelho devido a pouca tecnologia para impressão na época. Anos mais tarde, o brasileiro pode finalmente ver a cor roxa no personagem quando as edições começaram a ser publicaras na cor original.
O Fantasma foi por muitos anos, um dos personagens que mais vendeu revistas, pelas diversas editoras que publicaram suas histórias no Brasil.
O Fantasma foi filmado algumas vezes. A primeira em 1943, num seriado com Tom Tyler (que também fora “Capitão Marvel” em outro seriado). Em 1961 filmou-se um piloto para TV, com Roger Creed, que foi recusado e não exibido. E em 1996, veio o longa estrelado por Billy Zane. Em 2010 houve uma tentiva de se produzir uma série para a TV, que pouco teve a ver com os quadrinhos, com Ryan Carnes como o 22º Fantasma. O herói também apareceu nos desenhos “Os Defensores da Terra” (1986-87) e “Fantasma 2040” (1994-96).
Em 1995, a Marvel publicou uma minissérie do personagem. Onde O Fantasma acabou tendo a mesma personalidade anti heroica recorrente em personagens da época. Ele é mais forte e modernizado, vestindo um traje à prova de balas e luvas que resistem a golpes de espada. É uma história política sobre Bangalla e envolve burocratas em uma grande conspiração enquanto o Fantasma está interessado em resolver as questões em favor da população. Entre 1988 e 1989, a DC Comics publicou uma série de 13 edições do Fantasma. Elas eram mais próximas ao cânone criado por Lee Falk, mas com histórias curtas, abrangendo uma ou duas questões cada. Não se sabe o motivo, mas a DC deixou de publicar quaisquer histórias do Fantasma após esta série. Depois da Dc o personagem foi para a Moonstone e, mais recentemente, para a Dynamite, onde as aventuras são protagonizadas pelo Fantasma 22.
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