Baú de Revistas | KRIPTA (1976)

Desta vez do fundo de nosso BAÚ DE REVISTAS vamos trazer a MEMÓRIA a saudosa revista de terror: KRIPTA. Essa publicação é um divisor de águas do gênero no Brasil, dada a qualidade do material que apresentava. Kripta trazia histórias publicadas pelas revistas americanas Eerie e Creepy (Warren Publishing), com histórias de terror, suspense e ficção e até com certa dose de humor negro. Normalmente de autores consagrados, como José Ortiz, Esteban Maroto, Frank Miller, Alex Toth, Neal Adams entre tantos outros. Enfim, uma revista inesquecível que neste post pretendemos resgatar do temível esquecimento. Boa Leitura!

 

A publicação mensal trazia histórias que fugiam ao lugar-comum e apostavam em um estilo de horror mais moderno, mesmo ao usar personagens clássicos, como: “A Múmia”, conseguia capturar a atenção dos leitores durante anos a fio, principalmente pela qualidade do texto e da arte acima da média.

Passaram por suas páginas feras como Neal Adams, Esteban Maroto, José Ortiz, Bruce Jones, Richard Corben, Gonzalo Mayo, Mike Plogg, Paul Gulacy, Doug Moench, Roger Mckenzie, Carmine Infantino, Steve Ditko, Bill Dubay, Alex Toth e outros.

A revista teve fases distintas, tanto na estética, quanto no conteúdo. Até a edição 26, teve um formato intermediário (17 x 24 cm) entre o magazine e o americano. Entre os números 27 e 50, adotou o popular "formatinho" (13,5 x 20,5 cm) e depois, até a edição 60, passou para o mini-formatinho (13,5 x 19 cm).

"Todo Dia é Sexta-Feira.... Toda Hora é Meia-Noite"

No rastro do sucesso da Kripta, a RGE aproveitou e lançou outros títulos, mas que infelizmente não tiveram o mesmo êxito, como Dr. Corvus, Seleções de Terror, Shock, (também com estórias da Warren Publishing) e Fetiche (com estórias da Charlton Comics). Todas em formatinho, porém de péssimo tratamento gráfico, além do fraco material selecionado.


O sucesso da KRIPTA foi tamanho que outras editoras também lançaram diversas revistas focadas no público consumidor de estórias de terror e ficção. Ou seja, uma verdadeira avalanche de revistas chegou as bancas, entre as décadas 70 e 80, como: CRIPTA DO TERROR (Record),  SPEKTRO (Vecchi), a linha CAPITÃO MISTÉRIO (Bloch Editores) e os MESTRES DO TERROR e CALAFRIO (Estúdio D-arte).


Em junho de 1981 chega às bancas o último número de Kripta, trazendo como brinde o nº 0 da revista: 3ª Geração - Uma nova mutação de Kripta. Enquanto KRIPTA desfilava histórias das revistas Creepy e Eerie, o novo lançamento era composto por material de títulos como Tower of Shadows, Supernatural Thrillers, Marvel Preview e Unknown Worlds of Science Fiction, todos da Marvel, e Witzend, da Wonderful Publishing Company, de Wally Wood. Apesar de ter retomado o formato antigo, a nova revista não emplacou e foi cancelada na 5ª edição.

CURIOSIDADES:

  • Kripta nº 01, RGE (Rio Gráfica Editora) chegava nas bancas brasileiras em 17 de Setembro de 1976. 
  • A maioria das capas foi desenhada pelos brasileiros Walmir Amaral de Oliveira e José Evaldo.
  • O slogan da propaganda de TV que promovia as vendas da revista era: ¨Com Kripta, qualquer dia é sexta-feira e qualquer hora é meia-noite¨.
  • Dos três almanaques publicados, um deles saiu em formato “grande” com uma história publicada em cores – a única em toda a série – e dois em formatinho, com o terceiro intitulado “Almanaque de Kripta erótica”. Já os dois superalmanaques publicados, foram “Humor negro” e “Terror da Infância”, com 132 páginas cada.
  • Algumas das histórias mais memoráveis de “Kripta” são: “Ar frio”, de Bernie Wrightson; “Papai e o Pi e O Pi e eu”; de Bill Dubay e Alex Toth; “Lilith”, de Nicola Cuti e Jaime Brocal; “Marvin, o Morto-Vivo”, de Al Milgrom e Esteban Maroto; “A noite dos dementes”, de Bruce Bezaire e José Ortiz, os capítulos da série “Apocalipse”, de Budd Lewis e José Ortiz; além dos “heróis” da revista, como Spectro, Dax, Jeremiah Cold e Rook, o viajante do tempo, que chegou a se encontrar com a sensual Vampirella.
  • Kripta nº26 estreou a seção Cine Kripta com matérias sobre os filmes de terror e ficção em exibição nos cinemas, mas teve vida curta sendo encerrada no nº 32. 
  • Em uma época em que não existia a internet ou e-mail, a comunicação entre os leitores era feita através da seção de cartas que ocupava as primeiras páginas da revista. A seção de cartas não se resumia a elogios dos leitores, mas era palco de acaloradas discussões entre defensores e detratores da revista, como o “caso Wellington” com um debate se arrastou por meses. 
  • Em 1979 os leitores foram brindados com uma edição especial com 164 páginas, em formatinho, que não passou da primeira edição e que, no ano seguinte, mudou para “Kripta apresenta:”, em formato magazine e periodicidade anual; “Kripta apresenta: Vampirella”, uma coletânea das melhores aventuras da heroína publicadas pela Warren; “Kripta apresenta: Edgar Alan Poe” que reeditava todos os contos de Poe adaptados pela Warren publicados nas páginas de Kripta.

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