MEMÓRIA EM QUADRINHOS - Quem foram os Capitães América substitutos
Recentemente, estreou
nos cinemas o quarto filme da franquia Capitão América, Admirável Mundo Novo.
Dessa vez, o protagonista a vestir o manto do herói não é mais Steve Rogers,
mas sim Sam Wilson, o Falcão. Isso já teve correspondência nos quadrinhos anos
atrás, quando Sam assumiu a identidade de Capitão América porque Steve Rogers
tinha tido um envelhecimento acelerado, que revelou sua verdadeira idade.
No entanto, essa não foi a primeira vez que Steve Rogers foi substituído e outro assumiu o manto de Capitão América. Isso é recorrente e até manjado nos quadrinhos. As HQ de super-herói Marvel e DC vez por outra sempre mudavam o status quo de seus personagens, para tirá-los da “mesmice” e alavancar as vendas das revistas. Inclusive, a primeira vez que Steve Rogers abandonou sua identidade de Capitão América para assumir outra foi a de Nômade, na fase escrita por Steve Englehart, quando descobriu que presidente dos Estados Unidos era o líder da organização Império Secreto, em uma trama a lá Watergate.
Entretanto, a primeira
vez que a Marvel substituiu Steve Rogers por outras pessoas como Capitão América
foi em algumas histórias que serviram para explicar por que o herói continuou a
agir em histórias pós-Segunda Guerra e até mesmo nos anos 50, combatendo o
comunismo. Se Steve Rogers estava congelado e em animação suspensa, como
explicaria o Sentinela da Liberdade está ativo durante esse período? A
explicação está na história A Saga dos Quatro Capitães América, que na realidade
foi uma história meio que “criada” pela Editora Abril.
Na época, a Abril
juntou algumas histórias e fez uma colagem, editando tudo depois. A Saga dos
Quatro Capitães América revela que, após Steve Rogers desaparecer, outros
três homens assumiram a identidade de Capitão América, e outros três rapazes adotaram
a de Bucky, o sidekick do herói. Um desses sidekicks inclusive
foi Jack Monroe, que posteriormente adotaria a identidade de Nômade e se
tornaria o parceiro do Capitão América. A Saga dos Quatro Capitães América foi
publicada originalmente na mensal em formatinho do Capitão América no77
e, posteriormente, em Marvel Especial no10.
A outra ocasião em que Steve Rogers foi substituído foi quando o governo norte-americano tirou a autorização para que ele usasse o uniforme e o escudo de Capitão América e os deram a John Walker, um aspirante a super-herói conhecido como Super Patriota. Porém, Walker era mais truculento, menos inteligente e mais manipulável que Rogers, e, após ter seus pais assassinados, enlouqueceu de vez e tornou-se uma máquina de matar.
Por sua vez, Rogers assumiu
a identidade de Capitão, com um uniforme que praticamente era uma cópia de seu
uniforme de Capitão América, mas na cor preta. Por fim, para variar, revelou-se
que tudo não passava de uma trama do arqui-inimigo do herói, o Caveira
Vermelha, e Rogers pôde reaver sua identidade de Capitão América. John Walker
trocou de uniforme com Rogers e tornou-se o Agente Americano. Tudo isso se
passou em um arco de histórias da fase escrita por Mark Gruenwald.
O próximo a herdar o manto
de Capitão América foi nada mais nada menos que James “Bucky” Barnes, que
abandonará a identidade de Soldado Invernal para honrar seu antigo mentor.
Nessa época, acreditava-se que Steve Rogers tinha sido assassinado; porém, também
se revelou que tudo tinha sido mais uma ver um plano do eterno arqui-inimigo do
Capitão América, o Caveira Vermelha, e que Rogers estava na realidade vivo.
Esse arco de histórias é da celebrada fase escrita por Ed Brubaker.
Não podemos nos
esquecer de Isaiah Bradley, um substituto que na realidade não é bem um “substituto”,
porque ele seria o antecessor de Steve Rogers como Capitão América. Óbvio que
isso é um tremendo retcon, mas Sam Wilson não seria o primeiro Capitão
América negro.
Enfim, finalmente, Sam
Wilson é o seguinte a assumir a identidade de Capitão América nos quadrinhos. A
diferença é a motivação por trás disso. Se antes tinham substituído Steve
Rogers por outros como o herói para consertar um furo de continuidade e, também,
simplesmente para impulsionar as vendas das revistas do herói, como nas fases
de Gruenwald e Brubaker, nessa fase de Sam Wilson como Falcão a preocupação foi
de marcar um ponto como diversidade, já na época em que a Marvel mergulhava na
agenda woke, até mesmo porque o que correu nessa fase não foi um aumento
de vendas da revista do Capitão América, mas sim uma queda expressiva.
E vou dizer que o filme
talvez vá por esse mesmo caminho. A sessão em que fui assistir ao filme estava
bem vazia. Creio que a bilheteria vai decepcionar a Marvel/Disney novamente. No
entanto, é interessante relembrar as outras vezes em que Steve Rogers foi
substituído por outro homem na função de Capitão América, coisa que não duvido
que possa acontecer em algum ponto do futuro mais uma vez, apesar de esse ser
um recurso narrativo para lá de desgastado e manjado. A verdade é que Steve
Roger é e sempre será o Capitão América. Outro homem sempre será um substituto
temporário. Não que esses sejam bons tempos para ser fã do Capitão América; muito
pelo contrário, são tempos negros.
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