Cinema em Foco: Original & Versão: 13 FANTASMAS (1960/2001)
Como de costume, nesta coluna traremos mais um exemplo daquela filosofia tradicional de Hollywood que diz que se você não tem uma nova ideia, basta refazer um filme que fica tudo certo. No caso desta postagem, os dois filmes são interessantes, mas nenhuma das versões chegou a ser um blockbuster hollywoodiano.
Estamos falando de 13 FANTASMAS (13 GHOSTS) de 1960. Produzido e dirigido por William Castle e de 13 FANTASMAS (Thir13en Ghosts) de 2001. Produzido por Gilbert Adler, Joel Silver, Robert Zemeckis e dirigido por Steve Beck.
Como já mencionei, nem a versão de 1960 ou a de 2001 foram considerados grandes filmes. Nem pela bilheteria, crítica ou mesmo pelo público em geral. Porém a antiga, é lembrada pela ousadia e criatividade do diretor/produtor:William Castle, que para quem não sabe, era um mestre muito a frente de seu tempo, que criava todo tipo de truques e brincadeiras para transformar a ida ao cinema numa verdadeira aventura. Durante a exibição de seus filmes, esqueletos brilhantes voavam sobre a plateia, pessoas sentadas em certos assentos levavam pequenos choques, entre outras trucagens que praticamente colocavam o espectador dentro do filme. Em 13 Fantasmas, Castle criou um processo chamado “Illusion-O“: era um óculos com lentes azuis e vermelhas, tipo os óculos 3D, que o espectador ganhava na entrada do cinema e tinha que usar durante a projeção para poder “enxergar” os fantasmas do filme. Assim, caso ficasse muito assustado, era só tirar os óculos que o fantasma desaparecia num passe de mágica!
Nas cenas onde apareciam os fantasmas, os ambientes eram filmados com um filtro azul e posteriormente eram inseridos os fantasmas filmados separadamente com um filtro vermelho. Durante a exibição, para “ver” os fantasmas era necessário o uso de um “Visualizador de Fantasmas” que era fornecido gratuitamente para todos os espectadores. Logo após os créditos iniciais William Castle explicava detalhadamente como esse “visualizador” deveria ser usado.
Na verdade, como podemos observar no pôster acima, o tal “Visualizador de Fantasmas” era só um pedaço de papelão com duas aberturas onde eram coladas duas tiras coloridas e transparentes, uma na cor vermelha e outra na cor azul.
Claro que até mesmo sem o “visualizador” é possível perceber a presença dos fantasmas. Porém, se olhássemos através do “filtro” vermelho as imagens fantasmagóricas eram intensificadas. E se olhássemos através do “filtro” azul elas praticamente desapareciam. Esse era o truque. Ou seja, uma grande jogada de marketing do mestre William Castle.
Para todos aqueles que desejam assistir a esse filme, no vídeo abaixo todas as cenas foram convertidas para o preto e branco. Portanto, não há necessidade de usar o tal do “Visualizador de Fantasmas”. E, além disso, está dublado em português.
SINOPSE: Ao morrer, o recluso Dr. Zorba deixou uma mansão assustadora para seu sobrinho, Cyrus Zorba (Donald Woods), que atravessa uma grave crise financeira. Com a sua família Cyrus se muda a mansão. Eles também herdam uma coleção de 12 fantasmas, que só podem ser vistos através de óculos especiais. Os membros da família colocam então suas vidas em risco, para descobrir em qual local da casa o Dr. Zorba escondeu sua fortuna, mas parece que algo ou alguém quer evitar que Cyrus e sua família não consigam realizar este objetivo.
A versão de 13 Fantasmas de 2001 resolveu homenagear a criação de Castle. E, Não, eles não distribuíram óculos 3D para a plateia. Por sinal, o roteiro deste novo longa lembra muito vagamente o filme original de 1960.
Neste remake, a necessidade de usar os óculos para enxergar fantasmas ficou restrita aos personagens do filme. E a diversão da película fica mesmo é por conta da computação gráfica. Interessantemente, é que assim como o de 1960 esse de 2001, apesar de serem categorizados como filmes de terror, nenhum dos dois realmente assusta.
Em comparação com o filme de William Castle, o 13 Fantasmas de Steve Beck só tem em comum os óculos de ver fantasmas e o título. E nada mais. Se o filme dos anos 60 mostrava uma família que herdava a casa de um tio excêntrico e “colecionador” de fantasmas, a nova versão tenta parecer não ser uma ingênua história de assombração, se mostrando mais sofisticada criando uma trama mais ambiciosa, envolvendo reviravoltas e a típica (porém desconexa) trama do vilão que almeja enormes poderes para conquistar o mundo. Contudo, algo que é realmente original e chamou certa atenção, agradando a uns e causando revolta em outros, foi a Casa feita totalmente de vidro inquebrável.
Além disso, há os fantasmas que na minha opinião são a grande atração do filme, cada um com suas características e uma história particular. Há, por exemplo, o “Torso“, que é um tórax desmembrado, sem cabeça nem pernas, e que se arrasta morbidamente pelo cenário; há a Princesa Furiosa (Shawna Loyer), que desfila nua, exibindo seu belo corpo cheio de cortes; há um grandalhão chamado The Hammer, com um imenso martelo num dos braços e o corpo coberto de enormes pregos atravessados na carne, entre outros…Mais abaixo falarei mais sobre estes curiosos personagens.
Por falar em Steve Beck, o diretor. Este é seu filme de estréia. Beck era técnico de efeitos especiais em filmes como Indiana Jones e a Última Cruzada e O Segredo do Abismo, e conseguiu cair nas graças da produtora Dark Castle, que pertence aos famosos cineastas Robert Zemeckis e Joel Silver,que na época tinham a idéia de lançar “novas versões” de velhos clássicos do horror B, feitos nos anos 50 e 60. Destas “recriações” da Dark Castle podemos citar: A Casa da Colina e A Casa de Cera entre outros.
Bem, o filme é assistível, se você não for muito exigente ou se desejar um filme de terror mais suave. E se for um fã de terror poderá curtir a maquiagem dos fantasmas.
SINOPSE: Quando o Dr. Cyrus Kriticos (F. Murray Abraham) morre, ele deixa para seu sobrinho Arthur (Tony Shalhoub) uma mansão abandonada, para a qual Arthur resolve se mudar, juntamente com sua família. Porém, o que Arthur e sua família não sabem é que o Dr. Zorba construiu a mansão com a finalidade de aprisionar treze fantasmas e, por ter falecido antes de concluir seu intento, a mansão agora é assombrada por doze fantasmas de pessoas que tiveram mortes trágicas e que não podem deixar seus respectivos aposentos. Os fantasmas apenas podem ser vistos com a utilização de um óculos especial e logo eles passarão a atacar Arthur e sua família.
CURIOSIDADES:
Pois bem, quanto aos tais fantasmas, saiba que cada um deles possui uma interessante "história de morte" que não é contada no filme, mas que eu achei oportuno deixá-las registradas aqui.
O Torso
A maioria das pessoas já fez uma aposta alguma vez. Para Jimmy Gambino, jogar era sua vida e morte. Um marginal e apostador inveterado, ele sempre teve a sorte de acabar dando a volta por cima. Larry "Chave-de-Cadeia" sempre alertou Jimmy para que ele não se atirasse de cabeça, de cabeça, de cabeça. Mas o Apostador não lhe deu ouvidos e acabou perdendo até o último centavo num jogo milionário de pôquer com um mafioso. Ele teria apostado sua mulher e filhos, se os tivesse, mas como não tinha família, o Apostador simplesmente fugiu para livrar-se de sua dívida de jogo. Mas Jimmy foi pego pela máfia, que decidiu fazer dele um exemplo. Aliás, vários pequenos exemplos, embalados em papel celofane.
A Mulher Estrangulada
Rica, linda e super popular, Susan LeGrow era invejada por todas as garotas da escola. Ela era uma atraente líder de torcida eleita rainha do baile de formatura. Apesar de ter ganho uma bolsa de estudos para uma faculdade importante do estado, decidiu ficar em sua cidade e casar-se com Chet, seu namorado da escola. Mas a sua vida perfeita terminou quando, na noite do baile de formatura, Chet flagrou Susan nos braços de Billy Bob. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu naquela noite, porém, uma semana depois, o corpo de Susan foi encontrado enterrado no campo de futebol da escola. Ela havia sido estrangulada até a morte.
A Peregrina
Em 1675, a órfã Isabella Smith deixou a Inglaterra esperando achar um lar numa vila da Nova Inglaterra. Mas problemas começaram logo após sua chegada. Os moradores da vila não confiavam em forasteiros. Quando os animais da cidade começaram a morrer misteriosamente, o padre acusou Isabella de bruxaria. Ela negou, mas todos se voltaram contra ela. Além dos animais mortos sem explicação, o padre também ficou doente. Os aldeões condenaram Isabella à morte na fogueira. Momentos depois Isabella saiu, misteriosamente, ainda viva, sem uma queimadura na pele. Então, ela foi sentenciada à ficar aprisionada no tronco, em praça pública diante de todo o povo da cidade. Lá, ela ficou por semanas, apedrejada por crianças, amaldiçoada e cuspida, e a humilhação foi demais. Isabella acabou definhando e morrendo.
Princesa Revoltada
A princesa revoltada era uma jovem cuja beleza foi sua ruína. Dana Newman foi abençoada com a beleza de uma deusa, mas amaldiçoada pela incapacidade de reconhecê-la. Sempre à procura da perfeição, nem um único fio de seu cabelo podia estar jamais fora do lugar e mesmo sendo incomparavelmente linda, Dana parecia uma bela psicótica que nunca acreditou na própria beleza. Sempre enxergando defeitos insignificantes em seu corpo, ela cortava-se toda para reparar os "erros" que só ela via. Finalmente desistindo da tentativa de atingir a perfeição, ela cortou os próprios pulsos na banheira. Quando foi encontrada, dizem que continuava tão linda na morte quanto havia sido em sua vida - apesar de ter o corpo coberto por centenas de profundos cortes.
O Chacal
Ryan Kuhn, o homem que se tornou o "Chacal", nasceu em 1887, filho de uma prostituta. Ryan criou um desejo doente e insaciável por mulheres atacando prostitutas com uma habilidade animal. Para curar seu apetite sexual insaciável, ele mesmo se internou num manicômio. Após anos presos num quarto acolchoado, ficou totalmente louco e arranhou tanto as paredes, que suas unhas foram arrancadas. Os médicos o mantinham sempre na camisa-de-força, apertando mais quando tinha ataques, torcendo terrivelmente seus membros. Lutando para se soltar, Ryan roeu a camisa-de-força. Então os médicos puseram uma gaiola em sua cabeça, e o confinaram numa jaula, num porão escuro. Lá, desenvolveu total repulsa pelo contato humano, berrando sempre que alguém se aproximava. Quando o manicômio se incendiou, todos fugiram, menos Ryan. Ele fugia dos bombeiros, gritando, "Fiquem longe de mim!". Para Ryan, agora era preferível a morte do que ser tocado por qualquer pessoa.
O Príncipe Dilacerado
Em 1953, Royce Clayton era o super astro do beisebol da Escola Valley High, usando aonde quer que fosse sua jaqueta do uniforme do time com suas iniciais. Tudo era dado a Royce numa bandeja de prata e ele se achava intocável e melhor que todo mundo. Numa certa noite, entretanto, este arrogante imitador de James Dean foi longe demais. Ele desafiou um marginal local para um pega de carros até a beira de um penhasco e achou que a vitória estava no papo. Só que não conseguiu frear a tempo e acabou transformando-se no astro de um terrível acidente automobilístico, tendo todo o lado direito de seu corpo e seu rosto dramaticamente dilacerado e retalhado, aposentando definitivamente seu taco.
A Mãe Horrenda e O Bebezão
Margaret shelburne era uma mulher tímida que nunca se defendia, principalmente porque só tinha 90cm de altura. Desde pequena, todos encarnavam ela por isso. Sua própria mãe, às vezes, vestia-a como uma boneca. Depois da morte de sua mãe, Margaret passou a viver nas ruas. Um dia, um homem chamado Jimbo, junto com seus amigos-capangas, sequestraram e aprisionaram Margaret, forçando ela a viver numa jaula. Uma noite foi estuprada por Jimbo, que tinha um poderoso machado e era conhecido como "golpe de ferro". Então nasceu Harold, o bebê gigante de 140kg.
Harold foi mimado e bajulado desde o nascimento por Margaret, que tentou criá-lo para ser seu protetor e para levar a cabo seu plano de vingança contra Jimbo e seus capamgas, que eram lenhadores. Com o mal costume, Harold nunca aprendeu a se cuidar, então, usou fraldas a vida toda. Sempre sofrendo gozação dos capangas de Jimbo, que não os deixavam em paz. Mas Margaret pretendia usar seu filho gigante para se vingar de Jimbo e seus ajudantes. Harold tornou-se um fã ardoroso do machado de Jimbo, e, em pouco tempo, já derrubava fileiras inteiras de árvores enormes. Mas logo ele trocou as extração madeireira pela humana, gritando "Madeira!", cada vez que cortava um dos capangas de Jimbo pela raiz. Após Harold ter "derrubado" todos os capamgas, não obteve sucesso na hora de matar Jimbo, que tomou o machado de Harold e mutilou mãe e filho muito além da nossa imaginação.
O Martelo
George Markley era um ferreiro honesto em 1890, antes dos eventos horríveis que fizeram dele "O Destruidor". Um operário chamado Nathan, acusou injustamente George de roubo, ameaçando expulsá-lo da cidade. George enfrentou Nathan e se recusou a partir. Um dia, sua esposa e filhos vinham do mercado, quando foram atacados e mortos por Nathan e seus homens. Furioso, George perseguiu Nathan e seus homens, e os massacrou com o seu martelo de ferreiro. Os cidadãos arrastaram George de volta à sua loja, onde aplicaram uma forma brutal de justiça. Amarrado numa árvore, cravaram pregos em seu corpo com seu martelo. Concluíram a tarefa, cortando fora sua mão, grotescamente presa ao membro decepado, estava a preciosa ferramenta, o martelo, pronto para a ultima chance de vingança.
A Amante Acidentada
Jean Kriticos era uma mãe carinhosa e boa esposa. Extrovertida e inteligente, a mãe mais popular nas reuniões de pais e mestres, ela dedicava todo o seu tempo à sua família. Seu marido a amava e seus filhos a idolatravam. Mas sua felicidade chegou ao fim em uma noite funesta. Depois de decorar a árvore de natal, a família se aconchegou diante da lareira. À noite, uma acha rolou, incendiando o tapete. Foi quando ocorreu um terrível acidente e ela morreu tentando salvar os filhos - com seus sonhos de um lar feliz destruídos para sempre.
O Filho Primogênito
O pequeno Billy Michaels adorava vestir-se como seus heróis, os caubóis da TV. O menino de sete anos nunca obedecia à sua mãe, o que fez seu pai dar-lhe o apelido de "Billy, o pestinha." Seus pais, entretanto, nunca o repreenderam e o pequeno Billy sempre fazia absolutamente tudo o que queria. E agora Billy arrepende-se de não ter ouvido sua mãe, quando ela lhe disse para não brincar de caubóis contra índios com um arco e uma flecha de verdade e recomendava a ele que não atirasse a flecha para o alto.
O Destruidor
Horace Mahoney era um gigante de 2,10 metros. Sua mãe o abandonou quando pequeno e seu pai o fez trabalhar no ferro-velho. Lá, Horace passou a adolescência sozinho destruindo e esmagando carros velhos. Seu pai morreu, e sem ninguém no mundo ele enlouqueceu. Suas primeiras vítimas foram duas caronistas. Levou-as ao ferro-velho e as rasgou com suas mãos dando os pedaços aos cães. Muitas mortes se seguiram. Gostava de atrair motoristas perdidos ao ferro-velho onde quebrava cada osso de seus corpos. Mas sua sorte acabou, quando Horace pegou uma policial disfarçada. Foi preciso 12 homens para dominar o gigante, três morreram quando Horace escapou das algemas. Mas a luta de Horace chegou ao fim quando cinco policiais dispararam 50 tiros nele. E para garantir, outro pente de balas em seu corpo inerte.
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