Papo de Cinema | A ESPERA DE UM MILAGRE (The Green Mile) - 1999


A ESPERA DE UM MILAGRE (Green Mile) é um filme norte-americano de 1999, baseado no livro homônimo de Stephen King, lançado em 1996. O filme é narrado em flash-back e estrelado por Tom Hanks como Paul Edgecomb e Michael Clarke Duncan como John Coffey, narrando a história de Paul e de sua vida como agente penitenciário do corredor da morte durante a Grande Depressão e os eventos sobrenaturais por ele presenciados. 

John Coffey é um preso incomum, principalmente ao se levar em conta a sua estatura e o fato de passar a apresentar algumas particularidades envoltas no sobrenatural. Foi preso pela acusação de ter estuprado e assassinado duas crianças. As circunstâncias nas quais foi encontrado (com o corpo das crianças mortas em seus braços), além da condição não dita (homem negro, “gigante” e “estranho”) contribuíram para que fosse condenado à morte. Assim, John passa seus últimos dias na prisão aguardando pelo dia em que acabará por sentar na cadeira elétrica e dará seu último suspiro, quando várias histórias nesse meio tempo acabam se cruzando, dado o contato que é narrado no livro entre outros condenados e os guardas.

Confira a descrição de Stephen King sobre o misterioso condenado:
John Coffey era preto, como a maioria dos homens que vinha passar uma temporada no Bloco E, antes de morrer no colo da Velha Fagulha, e tinha dois metros e quinze de altura. Mas não era todo comprido e fino como aqueles sujeitos de basquete na TV – tinha os ombros largos, o peito estufado, coberto de músculos em todas as direções. Tinham posto nele uma roupa azul de brim do maior tamanho que encontraram no depósito, mas ainda assim as bainhas das calças ficavam a meia altura de suas barrigas da perna, encalombadas e cheias de cicatrizes. A camisa estava aberta até abaixo do peito e as mangas paravam em algum lugar dos antebraços… Dava a impressão de que poderia ter rompido as correntes com que estava preso com a mesma facilidade com que se rompem as fitas de presente de Natal, mas quando se olhava nos seus olhos via-se que ele não ia fazer nada disso.”



SINOPSE: No ano de 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que temJohn Coffey (Michael Clarke Duncan) como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.

Direção/Roteiro/Produção: Frank Darabont
Elenco de “The green mile”:
Tom Hanks …. Paul Edgecomb
Michael Clarke Duncan …. John Coffey
David Morse …. Brutus “Brutal” Howell
Bonnie Hunt …. Jan Edgecomb
James Cromwell …. Warden Hal Moores
Jeffrey DeMunn …. Harry Terwilliger
Barry Pepper …. Dean Stanton
Michael Jeter …. Eduard Delacroix
Graham Greene …. Arlen Bitterbuck
Doug Hutchison …. Percy Wetmore
Sam Rockwell …. ‘Wild Bill’ Wharton
Patricia Clarkson …. Melinda Moores
Fotografia: David Tattersall
Música: Thomas Newman
Montagem: Richard Francis-Bruce
Design de Produção:Terence Marsh
Figurino: Karyn Wagner
Duração: 188 minutos.

Possivelmente, a inspiração de Stephen King para o livro "The Green Mile" veio da história de George Junius Stinney Jr. nascido em 21 de outubro de 1929, acusado e condenado injustamente por um duplo assassinato em 16 de junho de 1944, aos 14 anos, sendo assim a pessoa mais jovem a enfrentar a cadeira elétrica, nos Estados Unidos no século XX.


CURIOSIDADES:
  • A trama se desenvolve com o velho Paul contando à Elaine a história do "milagre". No livro, Paul escreve sua história na forma de uma novela; 
  • A cena do prisioneiro assistindo a O Picolino antes da execução remete automaticamente àquela dos homens vendo Gilda em Um Sonho de Liberdade. Este outro drama de prisão é um dos clássicos da trágica década de 90. Também foi dirigido por Frank Darabont, também baseado em Stephen King;
  • No livro, a história se passa no ano de 1932, mas no filme foi preciso um pulo de três anos, para que o filme "O Picolino" (1935) pudesse ser envolvido na história;
  • O nome de John Coffey veio de um professor da faculdade, o Reverendo John Coffee. Stephen King o conheceu uma vez e realmente gostou do nome, e o usou no livro. Reverendo Coffee ensinava História no Emerson College em Boston, Massachusetts;
  • No filme existem três guardas penitenciários cujos nomes são Harry, Dean e Stanton. Trata-se de uma homenagem ao ator Harry Dean Stanton que participa do filme interpretando o condenado que é sempre chamado para testar a cadeira elétrica; o interessante é que os nomes dos personagens existiam antes de Harry Dean Stanton ser contratado. Porém, há a possibilidade de King ter pego o nome do ator e colocado na novela, já que Stanton já havia atuado na adaptação de "Christine: O Carro Assassino", e provavelmente King gostara dele;
  • Os guardas usam uniforme para dar ao filme um visual melhor, porém em 1935, a época em que o filme acontece, não haviam uniformes para guardas de prisão;
  • A música tocada nos alto-falantes no asilo quando o velho Paul sai de seu quarto, é a mesma que as enfermeiras tocavam na hora da medicação no filme "Um Estranho no Ninho" (1975). Trata-se de Charmaine de Mantovani;
  • Originalmente, Tom Hanks iria também interpretar o velho Paul, mas os testes de maquiagem se provaram ineficazes em envelhecê-lo. Por isso, Dabbs Greer foi contratado para interpretar o velho Paul Edgecomb;
  • Quando Paul apresenta a Elaine ao Sr. Jingles, o rato tem pelo menos 64 anos - nove vezes mais do que a vida do rato mais velho conhecido;
  • Enquanto a maioria das novelas de Stephen King acontecem em seu estado natal do Maine, Green Mile acontece em Louisiana. Porém, o sobrenome no personagem - Edgecomb - é o nome de uma cidade na costa central do Maine;
  • O detalhe é que no Estado da Louisiana, em 1935, não haviam condenados a cadeira elétrica. Esse Estado só passou a usar essa ferramenta mortal em 1941;
  • Stephen King esteve presente ao set de filmagens e chegou a sentar-se na Velha Fagulha, a cadeira elétrica usada no filme. "A sensação é horrível", disse.
  • Para atingir a altura de Coffey descrita por Stephen King, Michael Clarke Duncan (1,95m) usou uma plataforma de 20 cm, dando-lhe a altura ideal para contrastar com Brutal (David Morse), também com 1,95m.
  • No fim do filme, depois que Paul deixa o cemitério depois do enterro de Elaine, um túmulo pode ser visto atrás dele com a inscrição "Greene", e dois outros, um acima, e outro à direita, com a inscrição "Story";
  • À Doug Hutchison (Percy), de acordo com o diretor, foi dado os sapatos mais barulhentos que ele já ouviu (e que pode ser ouvido durante o filme). Ele achou que esse foi um grande presente do destino, e segundo ator:"uma perfeita e maravilhosa 'marca registrada' do chato personagem";
  • Quando os produtores estavam com problemas para achar um ator que combinasse com o personagem de John Coffey, Bruce Willis sugeriu Michael Clarke Duncan com quem havia co-estrelado em "Armageddon" (1998). Porém, Michael Clarke Duncan só foi escolhido quando Frank Darabont viu seu olhar em um take de seu teste;
  • O papel de Paul Edgecomb foi oferecido à John Travolta mas ele o recusou;
  • Quando Paul e Brutal levam John para fora, o gigante olha para as estrelas e fala "Olhe Chefe, é a Cassie, a senhora na cadeira de balanço." Esta é uma referência à constelação Cassiopéia. Na mitologia grega a rainha Cassiopéia é constatemente caracterizada por estar sentada numa cadeira de balanço ou numa cadeira comum;
  • Trinta ratos de verdade se revezaram em cena para "interpretar" o ratinho Mr. Jingles;
  • Segundo Frank Darabont a história do personagem John Coffey se asemelha a de Jesus Cristo. Pois, John foi perseguido, julgado e condenado pelas mesmas pessoas que ele apenas quis ajudar;
  • O livro "The Green Mile", que serviu de base para a elaboração do roteiro de À Espera de um Milagre, foi publicado nos Estados Unidos em seis volumes(The Two Dead Girls (28 de março de 1996);The Mouse on the Mile (25 de abril de 1996);Coffey's Hands (30 de maio de 1996);The Bad Death of Eduard Delacroix (27 de junho de 1996);Night Journey (25 de julho de 1996);Coffey on the Mile (29 de agosto de 1996)).


PRÊMIOS E INDICAÇÕES:
  • Oscar 2000 (EUA) - Indicado nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Michael Clarke Duncan), melhor som e melhor roteiro adaptado.
  • Globo de Ouro 2000 (EUA) - Indicado na categoria de melhor ator coadjuvante (Michael Clarke Duncan).
  • Prêmio Saturno 2000 (EUA) - Venceu nas categorias de melhor filme - ação, aventura, suspense[carece de fontes], melhor ator coadjuvante (Michael Clarke Duncan) e melhor atriz coadjuvante (Patricia Clarkson).
  • Indicado nas categorias de melhor diretor e melhor música.
  • Academia Japonesa de Cinema 2001 (Japão) - Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.
  • Prêmio PFS 2000 (Political Film Society, EUA) - Venceu na categoria Direitos Humanos.
BÔNUS:

Caso queira baixar este filme, clique AQUI! ou para baixar o LIVRO, clique AQUI!

Espero que tenhamos conseguido, ainda que de forma modesta, trazer a memória dos mais antigos um pouco da emoção dos velhos tempos e aos mais novos uma boa amostra do que tínhamos no passado.

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