Papo de Cinema | JUVENTUDE TRANSVIADA (Rebel Without a Cause) - 1955
SINOPSE: Jim Stark (James Dean) é um encrenqueiro, que fez os pais se mudarem de uma cidade para outra até se fixarem em Los Angeles, que é preso de madrugada por embriaguez e desordem. No distrito policial está Judy (Natalie Wood), uma jovem que está revoltada com o pai, que a chamou de vagabunda imunda por ter se maquiado. Lá está também um rapaz, John Crawford (Sal Mineo), mais conhecido como Platão, que atirou em alguns cães. Um compreensivo policial entende que Jim recebe em casa apenas um amor superficial dos seus pais, e que Jim nunca aceitou que seu pai seja totalmente submisso à sua mãe. Enquanto Jim espera na delegacia pelos pais, que tiveram de cancelar um compromisso social para tirá-lo da prisão, ele tem um rápido contato com Judy e Platão. Após ser libertado parecia que tudo estava resolvido, mas ao tentar fazer amizade na manhã seguinte com sua jovem vizinha, a própria Judy, cria um desentendimento com Buzz (Corey Allen), que namora Judy e é o líder de uma gangue do colégio. Esta rivalidade vai gerar algumas situações com trágicas consequências.
Juventude transviada é um filme feito para a juventude, mas com a intenção de transmitir um alerta à sociedade: o distanciamento afetivo entre pais e filhos; entre os indivíduos, famílias e comunidades ou, ainda, entre sujeitos e instituições sociais que acaba por conduzir a desestruturação social.
- O filme Juventude transviada tem uma origem um tanto peculiar: o roteiro foi escrito por Stewart Stern, com base na adaptação de Irving Shulman para uma história de Nicholas Ray. Os argumentos, prospectados por Ray, derivam do livro homônimo, do psiquiatra e pesquisador Robert Mitchell Lindner, publicado em 1944, consistindo em um estudo de caso sobre o comportamento delinquente de Harold, o sujeito de pesquisa submetido a sessões de análise e hipnose.
- O Filme seria em preto e branco, sendo que inclusive algumas cenas do filme chegaram a ser rodadas desta forma. A mudança para colorido ocorreu devido a uma decisão interna da Warner Bros, que, por razões de prestígio, decidiu que todos os filmes feitos em CinemaScope deveriam ser a cores.
- Nas cenas rodadas em preto e branco o personagem Jim Stark tinha uma concepção diferente, usando uma jaqueta marrom e óculos. Após a Warner ordenar a refilmagem a cores o diretor Nicholas Ray, com o consentimento do figurinista Moss Mabry, retirou os óculos do personagem e fez com que ele usasse uma jaqueta vermelha.
- O roteiro de Juventude Transviada foi criado se baseando em uma pequena história sobre disputa de gangues de jovens, tendo apenas a sequência do duelo de carros. A Warner comprou esta idéia e, apenas depois, se desenvolveu uma história em torno dela.
- O diretor Nicholas Ray pesquisou o cotidiano das gangues, acompanhando algumas em Los Angeles por várias noites.
- A atriz Jayne Mansfield esteve cotada para interpretar a personagem Judy.
- James Dean teve malária durante as filmagens.
- O ator James Dean com certeza foi o maior responsável pelo grande sucesso do filme. Sua atuação foi inovadora, intensa, sua caracterização do personagem que tinha muita densidade dramática diferenciada, com maneirismos gestuais, rosto de criança abandonada, melancólico e desolado, mas ao mesmo tempo com uma capacidade de sair da fragilidade para a violência em poucos instantes. James Dean, com esse personagem, acabou criando a própria imagem, de um ícone da rebeldia sem causa que o marcou até sua prematura morte.
- O ator Frank Mazzola fez parte de uma gangue de rua de Hollywood e ensinou James Dean sobre como lutar de forma realista com uma faca.
- A luta entre os personagens de James Dean e Corey Allen usou facas verdadeiras. Para rodar a cena os atores usaram proteção por baixo de suas roupas.
"Sonhe como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer amanhã" - James Dean |
- A piscina vazia em que os personagens sentam e conversam sobre suas vidas foi especialmente construída para os sets de filmagens de Crepúsculo dos Deuses (1950).
- O Diretor Nicholas Ray, também foi responsável por “No Silêncio da Noite” (1950) e “Johnny Guitar” (1954), sendo até então, ao lado de Hitchcock, um dos diretores mais bem avaliados pela crítica.
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