Falando em Série: CASEY JONES (1957)
Desta vez no FALANDO EM SÉRIE vamos ao ano de 1957 para resgatarmos uma quase esquecida série dos primórdios da TV. Hoje vamos lembrar de CASEY JONES, uma série western que apesar de apresentar os mesmos tipos clássicos de tramas que outros seriados da época, ou seja: ladrões de trens, vândalos e aproveitadores, conseguia trazer histórias mais suaves e menos violentas, focadas principalmente no próprio Casey Jones e em sua interação com a família, principalmente com seu filho, o pequeno Casey Jr. Lembrou? Ficou Curioso? Não fique de bobeira e venha conhecer um pouco mais dessa bela nostalgia. Boa leitura!
Em 1950, Walt Disney lançou nos cinemas um curta animado musical chamado "The Brave Engineer", homenageando a bravura e coragem de Casey Jones.
A série se passa no final do século 19, apresentando as aventuras do ferroviário Casey Jones e da tripulação da locomotiva a vapor Cannonball Express, do foguista Wallie Sims e do maestro Redrock Smith, trabalhando para as ferrovias Centro-Oeste e Central. Casey morava na cidade fictícia de Midvale, no Missouri com sua esposa, Alice, o filho mais novo, Casey Jr. e o cachorro Cinders. Embora realmente houvesse um famoso engenheiro de locomotivas chamado Casey Jones, da Illinois Central Railroad , a série de televisão era apenas vagamente baseada nele.
TÍTULO: CASEY JONES
País: EUA
Ano: 1957/1958
Episódios: 32 (1 temporada)
Imagem: Preto e branco
Áudio: mono
Lançamento original 8 de outubro de 1957 - 05 de maio de 1958
Tema de abertura "A Balada de Casey Jones" (versão)
Rede original: Syndication
Distribuidor Screen Gems
Produção empresa: Briskin Productions
Produtores: Samuel Bischoff, Kenneth Gamet, Harold Greene
Roteiros: Bill Barrett, John K. Butler, Lee Erwin, Stephen Longstreet, Frank L. Moss
Direção: Abby Berlin, George Blair, Lew Landers
Elenco:
- Alan Hale Jr. (Casey Jones)
- Dub Taylor (Wallie Sims - o foguista),
- Bobby Clark (o filho de Casey),
- Mary Lawrence (Alice, esposa de Casey) e
- Eddy Waller (Red Rock Smith - condutor).
Cinematografia: Ray Cory e Irving Lippman
Editores: Jack Ogilvie e Joseph Silver
CURIOSIDADES:
- No Brasil CASEY JONES foi exibido no Rio, pela TV Rio e em São Paulo, pela TV Excelsior. Nessa época os patrocinadores compravam as atrações e negociavam as exibições com as emissoras. E não havia o conceito de "rede". Por isso a TV Record, parceira da TV Rio ficou fora, ou a TV Excelsior Rio não exibiu a série junto com sua "irmã" de São Paulo.
- O patrocínio era o creme dental "Signal" e havia um concurso para distribuir um trenzinho da "Atma" igual o "Cannonball Express".
- Alan Hale Jr. (Casey Jones) era dublado por Araken Saldanha,
- A famosa locomotiva a vapor "Cannonball Express" era a Ten-Wheeler 4-6-0 n° 382, o mais rápido trem da Illinois Central.
- O "Cannonball Express" também fazia o serviço de correio entre Chicago e New Orleans;
- A locomotiva usada nas filmagens de locação era a Sierra No. 3 , que também foi usada em muitos outros programas e filmes de televisão;
- O nome do personagem Wallie Sims é uma mistura do funcionário do Illinois Central Wallace Saunders, que escreveu a versão mais antiga de "The Ballad of Casey Jones", e o verdadeiro foguista de Jones, Simeon "Sim" Webb. Ao contrário de Wallie Sims, Saunders e Webb eram negros.
- O verdadeiro nome de CASEY JONES era John Luther Jones. Um hábil maquinista natural de Cayce, no Estado do Kentucky. Na ferrovia, o nome da terra natal de John Luther Jones foi transmudado para o apelido Casey. Daí, passou a ser conhecido por Casey Jones.
- Conheça agora a verdadeira balada de Casey Jones: Nos idos de 1900, o competente maquinista Casey Jones ficou encarregado da condução do "Cannonball Express" entre Memphis e Canton, Mississipi. Eram 189 milhas, pouco mais de 302 km, de linha cheia de curvas e com algumas rampas pesadas. No dia 30 de abril, Casey e seu foguista Sim Webb, ao saírem de Memphis com sua locomotiva, notaram que estavam com 75 minutos de atraso. Partindo de Memphis 50 minutos depois da meia-noite com 12 vagões, muitos de passageiros. Casey Jones decidiu tirar o atraso e segundo contam, o trem deve ter chegado a 140, ou mesmo 160 km/h. A 382 vaporizava bem e Casey Jones era um exímio maquinista; e seu foguista, Sim Webb, era reconhecido por seu talento em alimentar a máquina de forma eficaz. No entanto, um cargueiro corria à frente do Cannonball Express, e Casey Jones devia ultrapassá-lo em Vaughan, cidadezinha situada uns 20 km antes de Canton. Em Canton, a 382 devia ser substituída. Porém, o trem cargueiro ao entrar no desvio, rompeu a mangueira de ar comprimido em um dos vagões. Este parou na linha principal. A tripulação do cargueiro procurou rapidamente o defeito, pois sem repará-lo, não seria possível retirar o pesado trem da linha principal. Enquanto a tripulação procurava, freneticamente, soltar os freios, de repente ouviu-se a tiragem violenta e ensurdecedora da 382, em plena velocidade! Mesmo com a forte neblina. O farol da 382 esbranquiçou a névoa baixa. A tripulação do cargueiro, vendo a iminente tragédia apressou-se em largar o serviço e procurar abrigo. Casey Jones estava com atraso de apenas 2 minutos! Havia recuperado o tempo perdido. De repente, Casey Jones gritou para o foguista: — Pule, Sim! Caia fora! Casey Jones havia enxergado as luzes traseiras das lanternas sinalizadoras do cargueiro e sabia que o impacto seria inevitável. Afim de amenizar a batida, pôs a 4-6-0 em marcha-à-ré, deu pleno vapor e acionou o areieiro. As rodas motrizes da 382 rodopiaram nos trilhos úmidos da névoa e a inércia fazia o Cannonball Express continuar avançando em alta velocidade. Apitando frenéticamente para alertar a tripulação do cargueiro, Casey Jones atingiu o atingiu em cheio, destruindo completamente a traseira do cargueiro e avançando pelo meio os dois vagões seguintes. A 382 descarrilou, rodopiou e tombou em direção contrária à que vinha. Na cabine, Casey Jones estava morto, com um parafuso atravessado no pescoço e com pesado fardo de feno — carga de um dos vagões — esmagando-lhe parte do corpo. Sim Webb, o foguista que saltara do trem em movimento, machucou-se muito, mas sobreviveu. O estafeta do carro-correio, logo atrás da locomotiva, também se feriu muito com o impacto contra as paredes do carro. Mas só estes dois se feriram e tiveram de ser hospitalizados. Nenhum dos passageiros se feriu gravemente e somente Casey Jones morreu. Pouco tempo depois tornou-se conhecido através de uma balada melódica, de autoria de um ferroviário do depósito de locomotivas: Wallace Saunders. A balada descreve a última viagem de Casey Jones. Uma interessante curiosidade é Sim Webb e Wallace Saunders eram negros e Casey Jones, o branco que morreu mandando seu amigo negro salvar-se. Outro negro homenageou o branco salvador. Logo a balada se tornou muito popular, e muito impactante sobre os sulistas norte-americanos que naquele período ainda amargava o fim da escravidão e de modo geral, esses sulistas eram radicalmente racistas e preconceituosos. A balada era um tapa na face da sociedade da época.
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