Papo de Cinema | PEQUENO GRANDE HOMEM (Little Big Man) - 1970

 


No PAPO DE CINEMA da vez, vamos a um western da década de 70, que com sagacidade e bom humor, faz uma revisão histórica da segunda metade do século XIX, nos acontecimentos que marcaram a expansão do velho oeste americano. O PEQUENO GRANDE HOMEM, estrelado por um jovem Dustin Hoffman. E, ainda que seja um faroeste, este longa conquistou seu lugar na história do cinema, tanto por méritos técnicos, quanto por sua cativante e atípica narrativa que conseguiu passear dramaticamente em vários gêneros e atrair uma variada audiência ao longo dos anos. Enfim, sem mais enrolação, pegue a pipoca, se acomode e boa diversão!

SINOPSE: Jack Crabb (Dustin Hoffman), de 121 anos, encontra um homem que gosta de ouvir histórias. A partir daí o velho relembra sua vida e conta por tudo que já passou, desde a infância. E, isso inclui suas "fases" da vida como: pistoleiro, pioneiro, vendedor, guia do General Custer, testemunha e sobrevivente da Batalha de Little Bighorn e companheiro de Wild Bill Hickok.

Título: PEQUENO GRANDE HOMEM
Título Original: Little Big Man
País: EUA
Ano: 1970
Gênero: Western / Drama
Duração: 139 min
Direção: Arthur Penn
Roteiro: Calder Willingham (baseado na novela homônima de 1964, de Thomas Berger)
Elenco Principal:
- Dustin Hoffman .... Jack Crabb / Little Big Man
- Faye Dunaway .... Louise
- Jeff Corey .... Wild Bill Hickok
- Richard Mulligan .... George Armstrong Custer
- Cal Bellini .... Younger Bear
- Robert Little Star .... Little Horse
- Chefe Dan George .... Old Lodge Skins
- Carole Androsky .... Caroline
- Kelly Jean Peters .... Olga
Produção: Stuart Millar
Companhia Produtora: Cinema Center Films
Distribuição: National General Pictures
Cinematografia: Harry Stradling Jr.
Fotografia: Harry Stradling Jr. 
Direção de arte: Dean Tavoularis / Angelo P. Grahan 
Cenografia: George R. Nelson 
Figurinos: Dorothy Jeankins 
Edição: Dede Allen
Trilha Sonora: John Hammond
Orçamento: US$ 15 milhões
Arrecadação:  US$ 31.559.552


RESENHA:

Um filme que não se apega aos clichês e tem uma história muito interessante. O Pequeno Grande Homem é um western norte-americano responsável por carregar em seu interior um espírito cômico, sem os famosos clichês do gênero. A história - que é baseada em uma obra de 1964 do escritor Thomas Berger - é bem diferente, mostrando as várias e diferentes fases que um velho de incríveis 121 anos de idade, passou em sua emocionante vida.

O filme acontece por meio da narração de Jack Crabb (Dustin Hoffman), o tal velho de 121 anos, que conta todas as suas aventuras para um historiador (William Hickey). A primeira fase mostrada no filme é quando Jack ainda tem dez anos e é capturado junto com sua irmã Caroline (Carole Androsky) por índios Cheyenne. Caroline foge e deixa seu irmão para trás; ele passa a ser criado pelos índios, especialmente por Old Lodge Skins (Chief Dan George), o qual recebe o carinhoso título de "avô". É também neste momento em que o garoto Jack recebe o apelido de Pequeno Grande Homem: era baixo em relação aos outros, porém destemido sem igual. Como nem tudo são flores, Jack faz de Younger Bear (Cal Bellini) um rival na tribo, mas este lhe deve a vida por ser salvo em um ataque. A partir daí, ele passa por mais diversas fases e histórias, como por exemplo a de quando já tinha 16 anos e virou um religioso seduzido pela esposa do reverendo Silas Pendrake Louise (Thayer David) e, desiludido, foge de onde estava; a de quando vira um comerciante e acaba se casando com Olga (Kelly Jean Peters); ao reencontrar a irmã, ele vira um pistoleiro e fica conhecido como Sody Pop Kid, conhecendo o famoso Wild Bill Hickok, mas este logo faz Jack desistir da carreira ao matar uma pessoa; quando vira um condutor de mulas e passa a trabalhar para o oficial da cavalaria George Armstrong Custer (Richard Mulligan), porém larga o emprego após ver a cavalaria matar mulheres e crianças em uma batalha; quando se torna um caçador e vê uma pata de um animal preso em uma armadilha, até pensando em se matar por isso, porém ao ouvir barulhos de corneta não faz tal ato, sendo que estes barulhos eram da tropa de George Armstorng. Então Jack é contratado como olheiro e durante uma batalha, é salvo por Younger Bear, assim pagando a sua divida com ele. Finalmente, o filme acaba com Jack de volta à conversa, pensando profundamente no asilo e expulsando o historiador com quem conversava sobre suas histórias.

Como dito acima, este western não tem clichês, mostra uma história totalmente diferente e a rivalidade entre os homens brancos e os índios de uma forma diferente, sendo que os brancos são mostrados como os malvados. Sem contar que a máscara de látex usada por Dustin Hoffman no começo do filme merece uma menção aqui: ele fica com um aspecto totalmente real de uma pessoa bem velha. Inclusive, sua atuação é boa, já que é como se ele tivesse vários papéis no filme devido as várias alterações da vida de seu personagem; fora ele, também se pode destacar a atuação de Chief Dan George. Um bom detalhe é que são mostrados dois personagens reais no filme: Wild Bill Hickok e Geoge Armstrong Custer.

"Encontros e desencontros", é assim que o filme pode ser resumido. Jack, durante toda a história, encontra e reencontra pessoas, muitas vezes tendo que deixá-las para trás. Com certeza, o melhor do filme é a história sem clichês, também podendo destacar a boa trilha sonora de Jhon Hammond e a direção de Arthur Penn, que consegue pôr tons cômicos em falas e ações dos personagens. Um erro é que o filme tem mais de duas horas e isto o torna cansativo.

Texto de Felipe Aguiar Moitinho 

PRINCIPAIS PRÊMIOS e INDICAÇÕES:

Oscar 1971 (EUA)
Indicado na categoria de melhor ator coadjuvante (Chefe Dan George)

BAFTA 1972 (Reino Unido)
Indicado na categoria de melhor ator (Dustin Hoffman)
Indicado ao prêmio Anthony Asquith para filme musical

Globo de Ouro 1971 (EUA)
Indicado na categoria de melhor ator coadjuvante (Chefe Dan George)

Prêmio NYFCC 1970 (EUA)
Venceu na categoria de melhor ator coadjuvante (Chefe Dan George)


CURIOSIDADES:
  • Alguns afirmam que para conseguir o tom da voz rouca de um homem de 120 anos de idade, Dustin Hoffman teria sentado no seu camarim e gritado o mais alto que pôde durante uma hora.
  • O papel do Chefe Old Lodge foi inicialmente oferecido a Marlon Brando, que recusou.
  • A música que toca quando a 7° Cavalaria atacava o Rio Washita e também durante a Batalha de Little Big Horn é uma música folk irlandesa que tem o nome de "Garry Owen". Ela era a canção original da Sétima Cavalaria do Exército Americano, a cavalaria do General Custer.
  • Dustin Hoffman ganhou um lugar no Livro Guinness como melhor ator a interpretar um homem que enfrenta uma mudança radical de idade. No filme, ele é ora um garoto de 17 anos, ora um velho homem de 121.
  • A fala "Today is a good day to die", ou "hoje é um bom dia para morrer" muito usada pelos Klingons de Star Trek, foi primeiramente dita em Pequeno Grande Homem pelo Old Lodge Skins, interpretado por Chief Dan George.
  • O momento do reencontro e tentativa de sedução de Crabb pela Sra. Pendrake faz uma evidente alusão: "A Primeira Noite de um Homem" (1967), filme que tornaria célebre o próprio Hoffman.
  • Embora amplamente categorizado como faroeste ou até mesmo épico, o filme abrange vários gêneros incluindo comédia, drama e aventura.
  • "Little Big Man" é um dos primeiros filmes de faroeste revisionista, ou seja trás uma representação simpática dos índios nativos americanos e expõe as práticas vilanescas da cavalaria dos Estados Unidos. A revisão usa elementos de sátira e tragédia para examinar o preconceito e a injustiça.
  • De fato, a história americana narra a existência de um certo "Little Big Man" como um líder indígena sem nenhuma semelhança com o personagem Jack Crabb. O verdadeiro é lembrado por seu envolvimento na captura e possível assassinato de Crazy Horse (outro líder indígena), em Fort Robinson em 1877.
  • O personagem de Jack Crabb é parcialmente baseado em Curley, um dos batedores nativos americanos de Custer da tribo Crow . Curley cavalgou com a 7ª Cavalaria de Custer até o vale de Little Bighorn, mas foi dispensado do serviço antes do ataque final, recuando para um penhasco próximo e testemunhando grande parte da ação. 

Gostou da postagem?

Então junte-se a nós! Siga nosso blog e faça parte de nosso grupo no Facebook. 

Junte-se a família "Memória Magazine", inteiramente dedicada a relembrar coisas boas e curiosas do passado. Ajudando alguns a reviverem boas lembranças e outros a conhecer a origem do que se vê hoje nos quadrinhos, nas animações e nos filmes...

Abaixo estão alguns links que talvez sejam de seu interesse:

Nenhum comentário

Imagens de tema por graphixel. Tecnologia do Blogger.