Memória Histórica | SANTOS DUMONT (1873-1932), O GÊNIO BRASILEIRO
Neste post vamos resgatar a MEMÓRIA de um dos mais notáveis brasileiros da HISTÓRIA, Alberto Santos Dumont, popularmente sempre lembrado como SANTOS DUMONT. O mineiro, conhecido como "Pai da Aviação", foi o primeiro a projetar e construir um balão dirigível que decolou, contornou a Torre Eiffel e aterrizou valendo-se somente da força de um motor a gasolina. Feito que impressionou o mundo por ser o primeiro homem a fazer com que um aparelho mais pesado que o ar voasse por meios próprios. Claro que, isso muita gente já sabe, não é mesmo? Mas, o intrépido inventor foi muito além de balões e do icônico 14 bis. Santos Dumont, como engenheiro, aeronauta e inventor, criou, adaptou e desenvolveu diversos utensílios que são muito comuns em nosso dia-a-dia. Não sabia disso? Ficou curioso e quer conhecer um pouco mais deste brilhante brasileiro? saiba que recentemente, a vida deste gênio brasileiro virou uma minissérie, produzida e disponível pelo HBO Max. Pois não perca mais tempo e avance nesta aventura nostálgica. Boa Diversão!
Alberto Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873, em um sítio que ficava em Cabangu, atualmente conhecida como cidade de Santos Dumont, em Minas Gerais. Descendente de uma família francesa, já que seu pai, Henrique Dumont, era filho de François Dumont e Euphraise Honoré, dois franceses que vieram ao Brasil em busca de pedras preciosas. Henrique formou-se engenheiro e chegou a trabalhar na construção de estradas de ferro no território brasileiro. Porém, algum tempo depois, decidiu adquirir terras no interior de São Paulo e dedicou-se ao cultivo do café, uma das atividades mais lucrativas do Brasil no final do século XIX. Já a mãe de Santos Dumont chamava-se Francisca Santos Dumont e era filha do comendador e industrial Francisco de Paula Santos. Santos Dumont teve cinco irmãs e dois irmãos. Entre os homens, ele era o caçula.
Aprendeu a ler com sua irmã Virgínia. Estudou no Colégio Culto à Ciência, em Campinas, no Instituto dos Irmãos Kopke e no Colégio Morethzon, no Rio de Janeiro. Apaixonado desde criança por mecânica, velocidade e aventura, aos 12 anos Dumont já pilotava as locomotivas da fazenda do seu pai. Vale citar que as terras da fazenda eram tão extensas que a estrada de ferro construída dentro delas tinha cerca de 96 km de extensão. A inata atração de Santos Dumont pelo maquinário das ferrovias e por outros que existiam na fazenda de seu pai já demonstrava a sua disposição para sua futura atuação. Da influência pela leitura dos livros de Júlio Verne, ele extraiu a sua admiração pelo céu e pela aviação. Desde criança, seu sonho era criar um aparelho que permitisse o homem voar. Na adolescência, já projetava máquinas e construía pequenos balões de ar.
Em 1891, então com 18 anos, Dumont visitou a França pela primeira vez, acompanhado da família. No fim do século XIX, o motor a gasolina era a grande atração das exposições em Paris. O jovem inventor ficou fascinado. Em 1892, por conta da saúde de seu pai, Dumont mudou-se para Paris. Henrique Dumont sofreu um acidente caindo de uma charrete. Durante a queda, bateu a cabeça no chão, o que causou um derrame cerebral e uma consequente hemiplegia (paralisia de um dos lados do corpo). Por causa do acidente, o pai de Dumont ficou incapacitado de administrar a fazenda e decidiu vendê-la para buscar tratamento na Europa. As terras de Henrique Dumont foram vendidas por 12 mil contos de réis, uma verdadeira fortuna para os padrões da época. Os pais de Dumont ficaram com 1/3 da quantia, e o resto foi dividido entre os seus filhos. Neste momento da história, a França vivia o auge da Belle Époque, período na cultura europeia marcado pela euforia com o progresso e o avanço da ciência. Em Paris, Santos Dumont se aprofundou nos estudos, principalmente em mecânica e no motor de combustão. Lá, começou a construir suas próprias aeronaves e logo fez contato com baloeiros, como Albert Chapin, que viria a se tornar o mecânico de seus inventos.
Em 1901, no dia 19 de outubro, Santos Dumont com o balão n.º 6, com 33 metros de comprimento, 6 metros de diâmetro e equipado com um motor de 16 HP, às 14 horas e 42 minutos, saindo do Parque Saint-Cloud, Santos Dumont iniciou a jornada de 11 quilômetros. Com uma velocidade média de 22 quilômetros por hora e a 300 metros de altura, o dirigível fez o percurso e retornou ao ponto de partida em 29 minutos e 30 segundos, demonstrando assim a dirigibilidade do balão. Tal feito teve como testemunhas cerca de 30 mil pessoas entre elas os membros da comissão do Aeroclube da França. O feito foi notícia em todo o mundo e Dumont virou uma celebridade. Pelo fantástico feito, ganhou o prêmio Deutsch de 129 mil francos, o qual doou parte a sua equipe e o restante destinou a caridade.
Em 1905, Santos Dumont iniciou os testes para desenvolvimento de uma aeronave que fosse mais pesada que o ar. Desses projetos nasceu o 14-Bis, aeroplano com um motor de 50 cavalos de potência. O aparelho foi o pontapé inicial para a aviação. Até então, os modelos desenvolvidos por outros pesquisadores dependiam de fatores externos para voar, como o uso de catapultas e a descida de penhascos. O 14 Bis não, levantou voo utilizando unicamente a força produzida por seu motor. A aeronave teve dois voos destacados: o primeiro aconteceu em 23 de outubro de 1906, com 60 metros de altura. O segundo, assistido por membros da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), no dia 12 de novembro de 1906, fazendo um voo de 220 metros a seis metros de altura em Paris.
SINOPSE: Alberto Santos Dumont (João Pedro Zappa) nasceu para entrar para a história. Membro de uma família tradicional e filho de um engenheiro de obras públicas, Dumont mostrou interesse em física e mecânica desde cedo, e, a partir de então, o sucesso pareceu ser seu destino certo. Ele foi o primeiro ser humano a voar em um avião, mas até se ser conhecido como o pai da aviação, não deixou de viver todo o glamour de sua época.
Minissérie nacional da HBO Max, SANTOS DUMONT explora, em seis (6) capítulos, a vida do “Pai da Aviação”, responsável pelo primeiro voo em um avião na história da humanidade. Da infância de Dumont nas lavouras de café do pai, à vida adulta na alta sociedade de Paris, a produção expõe as diversas facetas de um dos nomes mais importantes da história do Brasil, e do mundo.
- “Os pássaros devem experimentar a mesma sensação, quando distendem suas longas asas e seu voo fecha o céu... Ninguém, antes de mim, fizera igual.”
- “Inventar é imaginar o que ninguém pensou; é acreditar no que ninguém jurou; é arriscar o que ninguém ousou; é realizar o que ninguém tentou. Inventar é transcender.”
- “A questão do aeroplano estava, havia já alguns anos, na ordem do dia; eu, porém, nunca tomava parte nas discussões, porque sempre acreditei que o inventor deve trabalhar em silêncio; as opiniões estranhas nunca produzem nada de bom”.
- “Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas predições sobre o futuro comercial dos aeroplanos. Quem viver, porém, verá”.
- “As coisas são mais belas quando vistas de cima.”
- “O inventor é como a natureza: não dá saltos.”
CURIOSIDADES:
- A invenção do relógio de pulso, tão comum nos dias de hoje, surgiu de uma necessidade de Dumont. Ele precisava de um relógio preso ao seu pulso e não em seu bolso, para poder controlar o tempo dos seus voos com mais facilidade. Antes de Santos Dumont os relógios eram de bolso, presos por pequenas correntes. O inovador modelo de relógio foi produzido por Louis Cartier, relojoeiro e joalheiro, amigo de Dumont.
- Em sua casa em Petrópolis-RJ, Santos Dumont desenvolveu um chuveiro que misturava as águas quente e fria, para que ele mesmo pudesse controlar a temperatura da água da maneira que desejasse. As águas eram misturadas em um balde, que se movimentava por meio de correntes. Este chuveiro está no museu Casa de Santos Dumont, em Petrópolis.
- Dumont construiu um hangar nos moldes atuais, novidade para aqueles tempos. Não havia também portas sobre rolamentos. Tanto a arquitetura inovadora do seu hangar como a facilidade que os portões proporcionaram são amplamente empregadas ainda nos dias de hoje.
- Balão dirigível movido a motor de gasolina. Até obter sucesso, foram seis dirigíveis construídos. O motor movido a combustível fóssil ainda não era utilizado para este fim. Somente com seu Dirigível nº6, Dumont obteve o resultado esperado.
- A casa chamada por Dumont como: "Encantada", na Rua do Encanto, n.º 22, Petrópolis, Rio de Janeiro, que foi sua residência de verão, é hoje um museu que conta com objetos originais, como livros, cartas, mobiliário etc. Os degraus da escada de entrada da casa foram feitos para se entrar com o pé direito.
- Dumont deixou dois livros: "Dans-L'air" (1904) e "O que Vi e o que Nós Veremos" (1918).
- Quem inventou o avião? Os Irmãos Wright, americanos, ou nosso brasileiro Santos Dumont? Bem, os Irmãos Wright, realmente realizaram o primeiro vôo motorizado da história no dia 17 de dezembro de 1903, na cidade de Kitty Hawk. Porém, esse vôo fez uso de uma catapulta e o avião não saiu do chão por meios próprios. Já, Santos Dumont, com seu 14bis, decolou por conta própria, do campo de Bagatelle, na França, no dia 23 de outubro de 1906. Sendo o brasileiro o primeiro a ser capaz de colocar um avião no ar sem ajuda de qualquer outro recurso (catapulta ou rampa).
- Curiosamente este vôo dos Wright que supostamente aconteceu não foi devidamente documentado e até onde se sabe não testemunhas oficiais do fato. Outrossim, hoje em dia há evidências de que houve um acordo (um contrato pra ser mais exato) firmado em 1948 entre o governo estadunidense, a família Wright e o Instituto Smithsonian. Neste contrato, o Smithsonian compraria pela quantia simbólica de um dólar, o avião original dos Wright, e em troca faria toda uma campanha de convencimento de que teriam sido os norte americanos que voaram pela primeira vez. Daí o motivo que encontramos até mesmo brasileiros que dizem que os méritos pertencem aos Wright. Detalhe: no seu primeiro voo realmente documentando, o avião dos Wright tinha um motor que eles compraram na Europa.
- Santos Dumont morreu no dia 23 de julho de 1932, aos 56 anos, no Guarujá (SP). O gênio inventor tirou a própria vida em momento de depressão profunda, esclerose múltipla e angustiado ao ver sua maior criação, o avião, transformado em uma máquina de guerra.
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