In Memoriam | JR GUZZO (1943–2025)

 


José Roberto Guzzo (1943–2025), ou simplesmente J.R. Guzzo, partiu aos 82 anos deixando um legado que atravessa gerações. Foi repórter, correspondente internacional, diretor da revista Veja em seu auge, responsável por reestruturar a Exame e, mais recentemente, colunista do Estadão e da Revista Oeste.

Sua escrita firme, a clareza de suas ideias e a coragem de abordar temas sensíveis fizeram dele uma das vozes mais marcantes da imprensa nacional. Hoje lembramos com carinho esse profissional que ajudou a moldar o jornalismo brasileiro.


Na madrugada de sábado, dia 2 de agosto, aos 82 anos, faleceu o jornalista J. R. Guzzo (José Roberto Dias Guzzo) vítima de um infarto fulminante. Pelo que se sabe,ele já sofria há anos de doenças crônicas no coração, pulmões e rins.

Nascido em São Paulo, a carreira de Guzzo começou em 1961, como repórter no jornal Última Hora. Em 1966 ingressou no Jornal da Tarde, onde logo se tornou correspondente em Paris para o Grupo Estado. Sua trajetória se consolidou na Editora Abril, onde participou da fundação da revista Veja em 1968 como editor internacional, e posteriormente atuou como correspondente em Nova York.

Em 1976, com apenas 32 anos, Guzzo assumiu a direção da Veja, posição que ocupou até 1991. Sob seu comando, a revista saiu do prejuízo: sua circulação saltou de aproximadamente 175 mil exemplares para quase 1 milhão, tornando-se a quinta maior revista semanal de informação do mundo, atrás de Time, Newsweek e Der Spiegel.  Sua habilidade de tornar textos complexos envolventes rendeu-lhe o apelido de “mão peluda” na redação.


Além disso, a partir de 1988, Guzzo também reestruturou a revista Exame, inicialmente acumulando o cargo de diretor-geral à direção da Veja. Após deixar Veja em 1991, ele dedicou-se integralmente à Exame, primeiro como diretor editorial e depois como publisher, consolidando-a como a publicação mais rentável da Abril em termos relativos, em cerca de 11 anos à frente da revista.

Desde junho de 2021, mantinha coluna no O Estado de S. Paulo. Foi também colunista de veículos como O Tempo e O Liberal, além de fundador e integrante do conselho editorial da revista Oeste, da qual participou ativamente.

Reconhecido por sua escrita afiada, clareza e presença editorial firme, Guzzo tornou-se referência para gerações de leitores e jornalistas. Nunca se intimidou diante de temas polêmicos ou poderosos, expressando-se com profundidade, ironia e rigor — sempre alicerçado na liberdade de expressão.


O velório e sepultamento ocorreram no Cemitério de Congonhas, em São Paulo, no domingo 3 de agosto de 2025, reunindo amigos, família e admiradores que o saudaram como um “gigante”, “mestre de mestres” e uma voz corajosa em defesa da verdade editorial — especialmente diante de tensões políticas e debates sobre o papel do jornalismo no país.

Seu filho Roberto expressou a dor da perda: “Muito triste, porque partiu, senão o maior, um dos maiores e melhores jornalistas que o Brasil conheceu”.

José Roberto Guzzo deixa um legado duradouro: mais de seis décadas de jornalismo, nas quais ajudou a moldar a imprensa nacional com coragem, independência e convicção. Perdemos não apenas um jornalista, mas um símbolo de integridade e pensamento crítico. Sua voz permanece viva nas páginas que escreveu e na inspiração que deixou.




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