Memória em Quadrinhos | CAMELOT 3000


 
A lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda ressurge no século XXXI.
 
Camelot 3000 tem como base as duas mais importantes obras escritas sobre Arthur: Le Morte d’ Arthur, de Sir Thomas Malory, publicada em 1485 e O Único e Eterno Rei, de T.H. White, publicada em 1958. Ambas cobrem o mesmo espaço de tempo, do nascimento de Arthur Pendragon até sua morte, enfrentando seu filho bastardo Mordred.
 
E Camelot 3000 usa qual versão destas obras arturianas? Bem, a melhor resposta é: As duas e nenhuma delas. Afinal, Barr e Bolland misturam as narrativas e acabam criando algo único. Merlin é um mago extremamente poderoso e manipulador, assim como Morgana le Fay. Lancelot é belo e galante. Arthur é encontrado por Tom Prentice enquanto se recuperava do ferimento causado por Mordred. Desta forma, os autores tiveram a liberdade de remodelar as histórias clássicas de modo que melhor se adequassem a narrativa que decidiram contar.
 

Camelot 3000, como o título deixa a entrever, arremessa a lenda do Rei Arthur para mil anos no futuro. Diz a lenda, que o “único e eterno rei” voltaria quando a Inglaterra mais precisasse e, nesse futuro criado por Barr, não só a Inglaterra precisa de ajuda, como o mundo todo. Afinal, uma misteriosa raça alienígena, oriunda do 10º planeta de nosso sistema solar (hoje seria o 9º, com a desclassificação de Plutão…) ataca nosso planeta sem perdão e, como nesse futuro hipotético, depois de uma Terceira Guerra Mundial, as nações deixaram de investir em viagens interplanetárias, a tecnologia de defesa está aquém do necessário.
 
Nesse cenário mortal, Tom Prentice, estudante de arqueologia, acaba descobrindo o túmulo do Rei Arthur em Glastonbury, acordando-o no processo de fugir da morte certa pela mão dos E.T.s. O rei, vestido com cota de malha dourada, com colete vermelho (sim, um tanto ridículo, mas perfeitamente perdoável), logo aniquila os caçadores de Tom e os dois, juntos, vão até Stonehenge libertar ninguém menos do que o mago Merlin das garras da fada Nyneve. A partir daí, a narrativa estabelece um ritmo insano. Arthur e Merlin voltam em seus corpos originais, não chegaram a morrer no passado, apenas hibernaram, enquanto que os demais cavaleiros precisaram reencarnar, ou despertar nos corpos em que seus espíritos vivem atualmente. Então temos Tristão e Isolda sendo ambos mulheres; Galahad, o super religioso retorna como um samurai trocando sua devoção original pelo bushido; Percival o honrado retorna como um trabalhador geneticamente criado com a força aumentada, mas com o intelecto reduzido, e muitas outras situações para serem comparadas com história de Arthur na idade média. 
 
"Maxi saga" em doze partes publicada entre 1982 e 1985, com excelentes argumentos por parte de Mike Barr e com a arte de Brian " Piada Mortal" Bolland. Aqui no Brasil, primeiro lemos em formatinho na revista solo do Batman, depois na revistados Super Amigos e só depois relançado como série própria, tambem em formatinho. 
 
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Camelot 3000 (EUA – 1982/5)
Roteiro: Mike W. Barr
Arte: Brian Bolland
Arte-final: Bruce Patterson, Terry Austin, Dick Giordano
Cores: Tatjana Wood
Letras: John Costanza
Editora (nos EUA): DC Comics
Data original da lançamento: dezembro de 1982 a abril de 1985 (maxi-série em 12 edições), outubro de 1997 (encadernado capa cartonada), dezembro de 2008 (encadernado capa dura)
Editoras (no Brasil): Editora Abril, Mythos Editora, Panini Comics


Datas de lançamento no Brasil: entre agosto de 1984 e outubro de 1985 (pela Editora Abril, nos mixes Batman e SuperAmigos), entre setembro e dezembro de 1988 (pela Editora Abril, em revista própria em quatro edições), em 2005 (em volume único pela Mythos Editora), em setembro de 2010 (em encadernado capa dura pela Panini Comics)
 

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