O SOMBRA (THE SHADOW) 1931


Hoje gostaria de relembrar O SOMBRA (THE SHADOW) que é lembrado por muitos pelo filme nos anos 90 e que eu curti bastante. Pra falar a verdade, ainda gosto muito! O interessante é que pouca gente sabe que também é uma adaptação, de certo modo de quadrinhos, mas o personagem em si tem uma origem ainda mais remota e interessante. Curioso? Vamos lá...



O Sombra é um filme de 1994 baseado no personagem de mesmo nome criado por Walter B. Gibson em 1931.
O filme lembra o universo do Batman dos anos 90: Um herói atormentado, um vilão esquisito, algumas cenas exageradas, aquele clima policial dos anos 30 típico em filmes dos anos 90 e um humor que funcionava melhor na época. Adicione uma bela mocinha (Penelope Ann Miller ) e umas cenas de ação legais. Os (de)efeitos especiais não são o ponto forte, mas ajudaram bastante. Um típico filme B. A atuação de Alec Baldwin (O Sombra) é modesta, mas convincente. Particularmente, acho que ele ficou bem no personagem. A História é bem simples: Temos um herói, sua “origem”, uma mocinha que tem um pai cientista que acaba sequestrado pelo vilão, que obviamente tem um plano de dominar o mundo. Ainda assim o filme dá conta do recado e diverte muito.
Neste filme temos a mocinha sedutora Margo Lane (Penelope Ann Miller). Seu pai é Ian McKellen (Magneto, Gandalf). O papai cientista é feito refém pelo vilão Shiwan Khan (John Lone), um suposto descendente do conquistador Mongol Gengis Khan. Já Lamont Cranston (The Shadow) obteve seus poderes e habilidades sobrenaturais de um clã místico tibetano. A direção de Russell Mulcahy (primeiros Highlander e o 3º Resident Evil) é esforçada e mesmo com dificuldades comuns daquela época, ainda assim dá conta do recado.  Em resumo é um bom filme com certo tempero de nostálgia e, sem dúvida,  é um representante das primeiras tentativas de fazer bons filmes de super heróis. Um filme que diverte com momentos engraçados (trash movie), bem produzido e com uma boa trilha sonora. Os tons sombrios e a ação completam com chave de ouro essa pérola nerd.
Link para o filme: O Sombra
Mas não vamos ficar apenas por aqui, vamos além...

O Sombra é um personagem criado de uma maneira diferente em 1931. Walter B. Gibson era então o narrador de um programa de rádio sobre histórias de detetives que estava fazendo muito sucesso. Essa fama deu a ideia aos donos da editora Street & Smith de criar uma revista pulp (papel jornal, preço baixo e alta tiragem) com um personagem chamado: The Shadow.
 Já no programa de rádio, The Shadow era um impiedoso vingador mascarado que é, na realidade, o milionário Lamont Cranston. Na transmissão pelo rádio, vários atores emprestaram sua voz ao Sombra, entre eles Orson Welles. A noiva do Sombra, Margo Lane, era dublada por Agnes Moorehead.
Era descrito aos ouvintes como um homem dono de um característico nariz aquilino e ameaçadores olhos negros, sempre de chapéu, casaco e capa pretos, com a boca coberta por um lenço vermelho e um anel com um rubi enorme chamado Girassol. Usava duas pistolas calibre 45 e pontaria perfeita. Também dominava o controle da mente humana através da hipnose, podendo até desaparecer diante de seus inimigos.
O Sombra salvou diversas pessoas as quais recebiam o seguinte recado: "A sua vida agora me pertence", então as fazia suas agentes. O Sombra exigia de seus subordinados submissão total e não gostava de ser questionado.
Esta achando interessante? Então tem mais...

No Brasil, a estréia do seriado foi precedida da publicação das novelas originais pelo Suplemento Policial em Revista e das histórias em quadrinhos por O Lobinho. Isto, ainda, no início da década de 40. O seriado começou a ser transmitido pela Nacional no dia 16 de novembro de 1943.
Não recomendado para menores de 14 anos 
Uma gargalhada aterradora, por contraditório que pareça, fazia a alegria das tardes infanto-juvenis nos anos 40 em algumas cidades do Brasil. A voz cavernosa de Saint-Clair Lopes ecoava nos receptores, perguntando:
– Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos?Para ele mesmo responder: – O Sombra sabe... ha,ha,ha!
Ao estilo do que já ocorria nos Estados Unidos, O Sombra associa-se a outros produtos culturais, como as histórias em quadrinhos. Irradiado pela Farroupilha para todo o Sul do país, o seriado constituía-se em uma vantagem competitiva proporcionada pela então recente ligação da PRH-2 com os Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand.
Patrocinado pela Gillete, O Sombra estréia, na capital gaúcha, às 19h do dia 6 de julho de 1944, precedido de algumas reportagens publicadas no Diário de Notícias. O seriado já fazia sucesso há seis anos nas rádios dos Estados Unidos. No Brasil, era transmitido pela Tupi, de São Paulo, e pela Nacional, do Rio de Janeiro. Junto com a Farroupilha, também a Rádio Clube de Pernambuco, de Recife, começou a irradiar as aventuras do assustador herói. O jornal dos Associados faz ampla publicidade de O Sombra:

“Esse personagem tão temido, entretanto, é um homem de carne e osso como todos nós, mas como nenhum de nós possui um poder sobrenatural: há muitos anos na Índia, ele conquistou, através do ocultismo, a invejável faculdade de se tornar invisível – prendendo os inimigos no mais flagrante delito, não raro empenhando-se em brigas perigosíssimas para si e para quem conhece sua noiva, a linda Margot Lane, a única aliás que conhece o segredo de o Sombra. Esse homem de carne e osso não é outro senão Lamont Craston, jovem rico e elegante, possuidor de excelente ilustração e praticante de esportes como todo bom americano”. Além da frase inicial, o alter ego de Craston recorria a outros bordões como “O crime não compensa” e “As sementes do crime produzem frutos amargos”.

Leia também: Falando em Série (de cinema): O SOMBRA 

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